Redescobrindo a Verdadeira Essência da Astrologia - Parte 5
Otávio Azevedo

Mais perguntas e afirmações contra a astrologia, todas sem fundamento

Nos capítulos anteriores procuramos ressaltar o fato de que a astrologia não se baseia em relações causais, que, em última instância, são objeto de estudo da ciência. A astrologia se baseia em relações analógicas, funcionais. É um saber que se fundamenta no Princípio de Correspondência, que diz: "O que está em cima é como o que está embaixo e o que está embaixo é como o que está em cima".

Deve-se entender que este "é como", explícito na lei cósmica, significa ser análogo, mas não igual ou semelhante. É ter uma função correspondente, que expresse um mesmo princípio arquetípico. Seja, por exemplo, a função "centralizar", ou "irradiar". No sistema solar esta função é expressa pelo Sol. A função "sol" inclui outras atribuições como transmitir vitalidade, criatividade, nobreza, majestade, liderança, brilho, dramaticidade. O Sol cumpre tudo isto no sistema solar. Numa realeza, o rei representa o "sol", assim como o coração é o "sol" no corpo humano. O leão, o rei dos animais, expressa o "sol" no reino animal, através do seu porte, conduta e aspecto. Enfim, em cada plano de manifestação iremos encontrar elementos que expressam este princípio. Ao interpretar um mapa astrológico, o astrólogo não está lidando com o Sol, mas, sim, com o "sol", que tem uma correspondência no nosso corpo, família, trabalho, etc. Da mesma forma, quando lida com os outros planetas, não são dos planetas físicos tipo Sol, Lua, que o astrólogo está falando, mas, sim, dos princípios que estes planetas expressam.

Tendo em mente estes importantes conceitos, vamos continuar com as perguntas e respostas que foram publicadas em Junho de 1990 na revista "Super-Interessante". Relembrando, este artigo foi escrito por um cientista (o astrônomo americano Andrew Franknoi), e atacava a astrologia de uma forma desleal, já que as respostas às perguntas do cientista foram dadas por ele mesmo, sem nenhum direito de defesa por parte dos astrólogos. As respostas dadas pelo "cientista" às suas próprias perguntas estão em itálico. Em seguida coloco os meus comentários.


4)- "Se os astrólogos são tão bons quanto afirmam, por que eles não são mais ricos ?"


Alguns astrólogos respondem que não podem prever eventos específicos, apenas tendências amplas. Outros alegam ter o poder de prever grandes eventos, mas não pequenos acontecimentos. Mas, seja como for, os astrólogos poderiam ganhar bilhões prevendo o comportamento geral do mercado de ações ou do mercado futuro do ouro - e assim não precisariam cobrar consultas tão caras de seus clientes. Em Outubro de 1987, quantos astrólogos previram a Segunda-Feira Negra na Bolsa de Valores de Nova York e advertiram seus clientes a respeito?


(O.A.) Ao fazer esta pergunta, o astrônomo parece considerar o dinheiro como o item mais importante do seu sistema de valores, pois poderia igualmente perguntar "Por que é que os astrólogos não se divorciam menos?" ou "Por que é que os astrólogos não são mais felizes?".

Cada ser humano tem um conjunto de possibilidades implícitas no seu mapa astrológico, e a astrologia pode ajudar a ressaltar as qualidades e trabalhar os defeitos que todos nós trazemos em essência. No entanto, não há um "tempo ótimo" que consiga tornar alguém o que não é em essência, e isso se aplica a qualquer um, inclusive ao astrólogo. Uma árvore que nasceu de uma semente de abacate não pode virar bananeira, mesmo que conheça a fundo o segredo das bananas. Há astrólogos que parecem ser mais bem sucedidos segundo os diversos parâmetros valorizados pela sociedade, enquanto que outros parecem ser menos. Da mesma forma, existem médicos que são sadios e outros que são doentes, o que não tira o mérito de exercerem corretamente o seu ofício.

Seja o que for que se faça na vida, cada indivíduo tem sua natureza peculiar e seu sistema de valores. E aqueles que se tornam astrólogos têm - na imensa maioria - interesses muito mais fascinantes do que acumular dinheiro ou prever oscilações da bolsa. Quanto ao valor que os astrólogos cobram por suas consultas, este é regulado pelo mercado, pela competência individual e pelo prestígio no meio, aliás, como acontece em qualquer profissão liberal.

A astrologia é, antes de mais nada, um caminho de evolução pessoal, mais da alma do que do bolso. No entanto, muitas pessoas já fizeram (e continuam fazendo) bons negócios - ou evitaram um mal passo - em decorrência de conselhos de astrólogos competentes.


5)- "Estarão incorretos todos os horóscopos feitos antes da descoberta dos três planetas mais distantes ?"


Alguns astrólogos afirmam que o signo do Sol usado exclusivamente por muitos horóscopos de jornais, é um guia inadequado para os efeitos do cosmo. Esses praticantes "sérios" insistem que a influência de todos os corpos principais do Sistema Solar deve ser levada em consideração - incluindo Urano, Netuno e Plutão, que somente foram descobertos em 1781, 1846 e 1930, respectivamente. Nesse caso, o que será que acontece com a alegação de alguns astrólogos, segundo a qual sua arte tem permitido previsões corretas durante muitos séculos? Não estarão errados todos os horóscopos traçados antes de 1930? E que acontecerá se os astrônomos descobrirem um décimo planeta? E o que dizer dos asteróides e das luas de tamanho de planetas, localizados na periferia do Sistema Solar?


(O.A.) Aqui o "cientista" pretende negar a evolução, posto que esta interrogação é o mesmo que perguntar "Que importância tiveram os astrônomos do século XV, já que nas suas cartas celestiais não apareciam estes mesmos planetas ?"... Então estavam todos errados, pois só mostravam uma parte do céu! E ainda hoje estão todos errados, pois continuam descobrindo coisas e chegando à conclusão de que eternamente só irão mostrar partes, e nunca o Todo. Por esse processo poderíamos condenar tudo que foi feito de ontem para trás, inclusive este artigo e o do "cientista" em questão.

Na verdade, na Astrologia pode-se trabalhar com o grupo de planetas que se quiser, pois a parte contém o todo. Um astrólogo que tenha alcançado a sabedoria, pode prosseguir seu trabalho sem ter nas mãos uma efeméride, apenas observando o vôo dos pássaros ou o comportamento das crianças, pois "o que está em cima é como o que está embaixo..." Colocar todos os planetas, mais asteróides, planetóides, cometas e luas, pode enriquecer o trabalho, mas há um limite neste processo, que é a capacidade do cérebro humano de interligar estas inúmeras partes num todo coerente.


6)- "Não deveríamos condenar a astrologia como uma forma de intolerância ?"


Numa sociedade civilizada deploramos todos os sistemas que julgam os indivíduos meramente pelo sexo, cor da pele, religião, nacionalidade ou por quaisquer outros acasos de nascimento. No entanto, os astrólogos alardeiam que podem avaliar as pessoas baseados em outro acaso de nascimento - as posições dos corpos celestes. Será que a recusa em namorar alguém do signo de Leão ou de empregar alguém de Virgem não é tão condenável quanto a recusa em namorar um protestante ou dar emprego a um negro?


(O.A.) Um dos fatos mais interessantes é que as pessoas vêem no mundo aquilo que elas são em essência. Os teimosos costumam ver teimosos por toda parte, os irados só encontram raivosos pelo caminho, e para os intolerantes, sem dúvida, a intolerância está em todo lado. Leiam com atenção a pergunta e a resposta do "cientista". O início da pergunta é "Não deveríamos condenar a astrologia ..." E o início da resposta é "Numa sociedade civilizada deploramos todos os sistemas...". E por aí prossegue o "cientista" com sua metralhadora de intolerância, fuzilando por todos os lados. Palavras como condenar, deplorar, etc, são constantes no seu vocabulário. Por ter uma intolerância tão exacerbada acaba vendo-a em espelhos cristalinos, mas, nestes casos, a reação é sempre a mesma: a culpa é do espelho!

De qualquer forma, respondendo à pergunta, poderíamos contrapor que nesta linha de raciocínio qualquer escolha torna-se um ato de preconceito. Caso a moça prefira o rapaz de olhos azuis estará sendo preconceituosa para com os de olhos castanhos, da mesma forma que ao se aplicar um teste psicotécnico em candidatos a uma vaga, estaremos sendo preconceituosos em relação aos de menor Q.I., e assim por diante. Qualquer processo de escolha necessariamente terá que se basear em certos parâmetros básicos. Quem se vale da astrologia como um método de escolha vai basear-se nos seus fundamentos. O mesmo poderia ser dito para quem se vale da psicologia, grafologia, dinâmica de grupo, testes diversos, preferências pessoais, etc. Deve-se ressaltar que ao se utilizar a astrologia como um método de escolha, jamais se considera apenas um signo, como colocou o "cientista", mas, sim, o mapa astrológico como um todo.


7)- "Por que diferentes escolas de Astrologia discordam tão frontalmente entre si ?"


Os astrólogos parecem discordar em relação às questões mais fundamentais do seu ofício: levar ou não em conta a precessão do eixo da Terra, quantos planetas e outros corpos celestes devem ser incluídos e, principalmente, que traços da personalidade devem ser atribuídos aos fenômenos cósmicos. Leiam-se dez colunas diferentes sobre Astrologia, ou consultem-se dez diferentes astrólogos e provavelmente se sairá com dez interpretações diferentes. Se a Astrologia fosse uma ciência, como seus proponentes sustentam, por que seus praticantes não estão convergindo para uma teoria consensual depois de milhares de anos de coleta de dados e de refinamento de sua interpretação? Idéias científicas geralmente convergem com o passar do tempo, na medida em que são testadas em laboratórios e cotejadas com outras evidências. Em contraste, sistemas baseados em superstição ou em crença pessoal tendem a divergir, pois seus praticantes vão esculpindo nichos separados enquanto se acotovelam na disputa por poder, riqueza ou prestígio.


(O.A.) Como já expliquei anteriormente, a astrologia não é uma ciência, pelo menos nos moldes em que esta palavra hoje se insere, uma vez que o efeito astrológico é acausal, e a ciência se alicerça nas formulações de causa e efeito. Em segundo lugar, consultando-se dez astrólogos, ou dez psicólogos, ou dez médicos, ou dez engenheiros, ou dez seja lá o que for, ter-se-ão sempre dez pareceres ou dez tratamentos diferentes. Algumas semelhanças fundamentais prevalecerão quando se tratarem de profissionais competentes, mas os contornos serão diferentes, de acordo com a singularidade de cada um. Se não fosse assim, poderíamos armazenar todo o saber de cada matéria num computador e aposentar a humanidade inteira, inclusive o "nosso amigo" que escreveu esta asneira.

Quanto à discordância entre astrólogos no método de trabalho, é de admirar que um "cientista" seja radicalmente contra. Será que no seu meio não existem teorias discordantes? E a ciência não tem se desenvolvido cada vez mais por discordar do que já existe? Será que Einstein não discordou de Newton? E se ele tivesse feito um enorme esforço por concordar, teríamos alguma possibilidade de ter a "Teoria da Relatividade" a nosso trabalho?

Gostaria também que o "cientista" explicasse para onde converge a ciência, para onde converge a física, a engenharia, a medicina e a matemática. Será que a astronomia está convergindo para um grande buraco negro?

Com o passar do tempo as idéias científicas acabam convergindo todas para a lata do lixo, já que outras verdades mais verdadeiras vêm tomar o seu lugar.


REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE I

REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE II

REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE III

REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE IV

REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE V


REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE VI

REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE VII