Nos
capítulos anteriores procuramos ressaltar o fato
de que a astrologia não se baseia em relações
causais, que, em última instância, são
objeto de estudo da ciência. A astrologia se baseia
em relações analógicas, funcionais.
É um saber que se fundamenta no Princípio
de Correspondência, que diz: "O que está
em cima é como o que está embaixo e o que
está embaixo é como o que está em
cima".
Deve-se
entender que este "é como", explícito
na lei cósmica, significa ser análogo, mas
não igual ou semelhante. É ter uma função
correspondente, que expresse um mesmo princípio
arquetípico. Seja, por exemplo, a função
"centralizar", ou "irradiar". No sistema
solar esta função é expressa pelo
Sol. A função "sol" inclui outras
atribuições como transmitir vitalidade,
criatividade, nobreza, majestade, liderança, brilho,
dramaticidade. O Sol cumpre tudo isto no sistema solar.
Numa realeza, o rei representa o "sol", assim
como o coração é o "sol"
no corpo humano. O leão, o rei dos animais, expressa
o "sol" no reino animal, através do seu
porte, conduta e aspecto. Enfim, em cada plano de manifestação
iremos encontrar elementos que expressam este princípio.
Ao interpretar um mapa astrológico, o astrólogo
não está lidando com o Sol, mas, sim, com
o "sol", que tem uma correspondência no
nosso corpo, família, trabalho, etc. Da mesma forma,
quando lida com os outros planetas, não são
dos planetas físicos tipo Sol, Lua, que o astrólogo
está falando, mas, sim, dos princípios que
estes planetas expressam.
Tendo
em mente estes importantes conceitos, vamos continuar
com as perguntas e respostas que foram publicadas em Junho
de 1990 na revista "Super-Interessante". Relembrando,
este artigo foi escrito por um cientista (o astrônomo
americano Andrew Franknoi), e atacava a astrologia de
uma forma desleal, já que as respostas às
perguntas do cientista foram dadas por ele mesmo, sem
nenhum direito de defesa por parte dos astrólogos.
As respostas dadas pelo "cientista" às
suas próprias perguntas estão em itálico.
Em seguida coloco os meus comentários.
4)- "Se os astrólogos são tão
bons quanto afirmam, por que eles não são
mais ricos ?"
Alguns astrólogos respondem que não podem
prever eventos específicos, apenas tendências
amplas. Outros alegam ter o poder de prever grandes eventos,
mas não pequenos acontecimentos. Mas, seja como
for, os astrólogos poderiam ganhar bilhões
prevendo o comportamento geral do mercado de ações
ou do mercado futuro do ouro - e assim não precisariam
cobrar consultas tão caras de seus clientes. Em
Outubro de 1987, quantos astrólogos previram a
Segunda-Feira Negra na Bolsa de Valores de Nova York e
advertiram seus clientes a respeito?
(O.A.) Ao fazer esta pergunta, o astrônomo parece
considerar o dinheiro como o item mais importante do seu
sistema de valores, pois poderia igualmente perguntar
"Por que é que os astrólogos não
se divorciam menos?" ou "Por que é que
os astrólogos não são mais felizes?".
Cada
ser humano tem um conjunto de possibilidades implícitas
no seu mapa astrológico, e a astrologia pode ajudar
a ressaltar as qualidades e trabalhar os defeitos que
todos nós trazemos em essência. No entanto,
não há um "tempo ótimo"
que consiga tornar alguém o que não é
em essência, e isso se aplica a qualquer um, inclusive
ao astrólogo. Uma árvore que nasceu de uma
semente de abacate não pode virar bananeira, mesmo
que conheça a fundo o segredo das bananas. Há
astrólogos que parecem ser mais bem sucedidos segundo
os diversos parâmetros valorizados pela sociedade,
enquanto que outros parecem ser menos. Da mesma forma,
existem médicos que são sadios e outros
que são doentes, o que não tira o mérito
de exercerem corretamente o seu ofício.
Seja
o que for que se faça na vida, cada indivíduo
tem sua natureza peculiar e seu sistema de valores. E
aqueles que se tornam astrólogos têm - na
imensa maioria - interesses muito mais fascinantes do
que acumular dinheiro ou prever oscilações
da bolsa. Quanto ao valor que os astrólogos cobram
por suas consultas, este é regulado pelo mercado,
pela competência individual e pelo prestígio
no meio, aliás, como acontece em qualquer profissão
liberal.
A
astrologia é, antes de mais nada, um caminho de
evolução pessoal, mais da alma do que do
bolso. No entanto, muitas pessoas já fizeram (e
continuam fazendo) bons negócios - ou evitaram
um mal passo - em decorrência de conselhos de astrólogos
competentes.
5)- "Estarão incorretos todos os horóscopos
feitos antes da descoberta dos três planetas mais
distantes ?"
Alguns astrólogos afirmam que o signo do Sol usado
exclusivamente por muitos horóscopos de jornais,
é um guia inadequado para os efeitos do cosmo.
Esses praticantes "sérios" insistem que
a influência de todos os corpos principais do Sistema
Solar deve ser levada em consideração -
incluindo Urano, Netuno e Plutão, que somente foram
descobertos em 1781, 1846 e 1930, respectivamente. Nesse
caso, o que será que acontece com a alegação
de alguns astrólogos, segundo a qual sua arte tem
permitido previsões corretas durante muitos séculos?
Não estarão errados todos os horóscopos
traçados antes de 1930? E que acontecerá
se os astrônomos descobrirem um décimo planeta?
E o que dizer dos asteróides e das luas de tamanho
de planetas, localizados na periferia do Sistema Solar?
(O.A.) Aqui o "cientista" pretende negar a evolução,
posto que esta interrogação é o mesmo
que perguntar "Que importância tiveram os astrônomos
do século XV, já que nas suas cartas celestiais
não apareciam estes mesmos planetas ?"...
Então estavam todos errados, pois só mostravam
uma parte do céu! E ainda hoje estão todos
errados, pois continuam descobrindo coisas e chegando
à conclusão de que eternamente só
irão mostrar partes, e nunca o Todo. Por esse processo
poderíamos condenar tudo que foi feito de ontem
para trás, inclusive este artigo e o do "cientista"
em questão.
Na
verdade, na Astrologia pode-se trabalhar com o grupo de
planetas que se quiser, pois a parte contém o todo.
Um astrólogo que tenha alcançado a sabedoria,
pode prosseguir seu trabalho sem ter nas mãos uma
efeméride, apenas observando o vôo dos pássaros
ou o comportamento das crianças, pois "o que
está em cima é como o que está embaixo..."
Colocar todos os planetas, mais asteróides, planetóides,
cometas e luas, pode enriquecer o trabalho, mas há
um limite neste processo, que é a capacidade do
cérebro humano de interligar estas inúmeras
partes num todo coerente.
6)- "Não deveríamos condenar a astrologia
como uma forma de intolerância ?"
Numa sociedade civilizada deploramos todos os sistemas
que julgam os indivíduos meramente pelo sexo, cor
da pele, religião, nacionalidade ou por quaisquer
outros acasos de nascimento. No entanto, os astrólogos
alardeiam que podem avaliar as pessoas baseados em outro
acaso de nascimento - as posições dos corpos
celestes. Será que a recusa em namorar alguém
do signo de Leão ou de empregar alguém de
Virgem não é tão condenável
quanto a recusa em namorar um protestante ou dar emprego
a um negro?
(O.A.) Um dos fatos mais interessantes é que as
pessoas vêem no mundo aquilo que elas são
em essência. Os teimosos costumam ver teimosos por
toda parte, os irados só encontram raivosos pelo
caminho, e para os intolerantes, sem dúvida, a
intolerância está em todo lado. Leiam com
atenção a pergunta e a resposta do "cientista".
O início da pergunta é "Não
deveríamos condenar a astrologia ..." E o
início da resposta é "Numa sociedade
civilizada deploramos todos os sistemas...". E por
aí prossegue o "cientista" com sua metralhadora
de intolerância, fuzilando por todos os lados. Palavras
como condenar, deplorar, etc, são constantes no
seu vocabulário. Por ter uma intolerância
tão exacerbada acaba vendo-a em espelhos cristalinos,
mas, nestes casos, a reação é sempre
a mesma: a culpa é do espelho!
De
qualquer forma, respondendo à pergunta, poderíamos
contrapor que nesta linha de raciocínio qualquer
escolha torna-se um ato de preconceito. Caso a moça
prefira o rapaz de olhos azuis estará sendo preconceituosa
para com os de olhos castanhos, da mesma forma que ao
se aplicar um teste psicotécnico em candidatos
a uma vaga, estaremos sendo preconceituosos em relação
aos de menor Q.I., e assim por diante. Qualquer processo
de escolha necessariamente terá que se basear em
certos parâmetros básicos. Quem se vale da
astrologia como um método de escolha vai basear-se
nos seus fundamentos. O mesmo poderia ser dito para quem
se vale da psicologia, grafologia, dinâmica de grupo,
testes diversos, preferências pessoais, etc. Deve-se
ressaltar que ao se utilizar a astrologia como um método
de escolha, jamais se considera apenas um signo, como
colocou o "cientista", mas, sim, o mapa astrológico
como um todo.
7)- "Por que diferentes escolas de Astrologia discordam
tão frontalmente entre si ?"
Os astrólogos parecem discordar em relação
às questões mais fundamentais do seu ofício:
levar ou não em conta a precessão do eixo
da Terra, quantos planetas e outros corpos celestes devem
ser incluídos e, principalmente, que traços
da personalidade devem ser atribuídos aos fenômenos
cósmicos. Leiam-se dez colunas diferentes sobre
Astrologia, ou consultem-se dez diferentes astrólogos
e provavelmente se sairá com dez interpretações
diferentes. Se a Astrologia fosse uma ciência, como
seus proponentes sustentam, por que seus praticantes não
estão convergindo para uma teoria consensual depois
de milhares de anos de coleta de dados e de refinamento
de sua interpretação? Idéias científicas
geralmente convergem com o passar do tempo, na medida
em que são testadas em laboratórios e cotejadas
com outras evidências. Em contraste, sistemas baseados
em superstição ou em crença pessoal
tendem a divergir, pois seus praticantes vão esculpindo
nichos separados enquanto se acotovelam na disputa por
poder, riqueza ou prestígio.
(O.A.) Como já expliquei anteriormente, a astrologia
não é uma ciência, pelo menos nos
moldes em que esta palavra hoje se insere, uma vez que
o efeito astrológico é acausal, e a ciência
se alicerça nas formulações de causa
e efeito. Em segundo lugar, consultando-se dez astrólogos,
ou dez psicólogos, ou dez médicos, ou dez
engenheiros, ou dez seja lá o que for, ter-se-ão
sempre dez pareceres ou dez tratamentos diferentes. Algumas
semelhanças fundamentais prevalecerão quando
se tratarem de profissionais competentes, mas os contornos
serão diferentes, de acordo com a singularidade
de cada um. Se não fosse assim, poderíamos
armazenar todo o saber de cada matéria num computador
e aposentar a humanidade inteira, inclusive o "nosso
amigo" que escreveu esta asneira.
Quanto
à discordância entre astrólogos no
método de trabalho, é de admirar que um
"cientista" seja radicalmente contra. Será
que no seu meio não existem teorias discordantes?
E a ciência não tem se desenvolvido cada
vez mais por discordar do que já existe? Será
que Einstein não discordou de Newton? E se ele
tivesse feito um enorme esforço por concordar,
teríamos alguma possibilidade de ter a "Teoria
da Relatividade" a nosso trabalho?
Gostaria
também que o "cientista" explicasse para
onde converge a ciência, para onde converge a física,
a engenharia, a medicina e a matemática. Será
que a astronomia está convergindo para um grande
buraco negro?
Com
o passar do tempo as idéias científicas
acabam convergindo todas para a lata do lixo, já
que outras verdades mais verdadeiras vêm tomar o
seu lugar.
REDESCOBRINDO
A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE I
REDESCOBRINDO
A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE II
REDESCOBRINDO A VERDADEIRA
ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE III
REDESCOBRINDO A VERDADEIRA
ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE IV
REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA
- PARTE V
REDESCOBRINDO
A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE VI
REDESCOBRINDO
A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE VII