Com
a atual visão unilateral, a ciência é
tão ou mais incoerente do que parece ser a astrologia
Otávio Azevedo
"No céu de Indra dizem que
há uma rede de pérolas de tal maneira arranjadas
que, se olharmos para uma delas, veremos todas as outras
nela refletidas. Da mesma maneira, cada objeto do mundo
não é somente ele mesmo, mas inclui todos
os outros objetos, e de fato é todos os outros
objetos".
(Sir Charles Eliot, Japanese Buddhism)
A astrologia é um saber ancestral,
milenar, perene. Mas, diferente do que muitos pensam,
o fato da observação do céu comparada
à vida na Terra ter se originado entre os nossos
remotos ancestrais, não significa que a astrologia
é um método de entendimento troglodita,
resquício de uma forma rudimentar de ver a vida.
Trata-se de uma verdade que, com mais de 5.000 anos de
história, ainda está muitos anos à
frente de todo saber que temos hoje disponível.
A astrologia é a "Linguagem de Deus",
um alfabeto disponível aqui e agora, mas que certamente
só será adequadamente compreendido e explorado
ainda muitos anos à frente. Hoje, só podemos
vislumbrar algumas das suas infinitas possibilidades,
como seria de se esperar de uma linguagem tão abrangente.
Com toda a idade que têm, a astrologia ainda está
no seu alvorecer.
A astrologia é um saber que ao
mesmo tempo é uma poesia e êxtase religioso.
Mas não se trata absolutamente de uma religião
nos moldes como esta é vista atualmente, uma vez
que não implica em rituais, dízimos, crenças
ou o que quer separe a busca do Divino em diferentes partidos.
A astrologia une e religa, é a religião
pura, o diálogo com o Divino que habita no mundo
dos simbolismos, a máxima expressão do termo
"religare", já que é um puro saber
de religação ao Todo, ao Cosmos.
Mas, uma coisa que a astrologia não
é - e isso fica claro para que a compreende verdadeiramente
- é aquilo que hoje se denomina "ciência".
Poderíamos enquadrá-la seguramente numa
forma superior ou mais abrangente de "Ciência",
já que este termo per si significa "saber
que se adquire pela leitura e meditação;
instrução, erudição, sabedoria"
(Dicionário Aurélio). No entanto, a forma
como a "ciência" encara hoje os fenômenos
reside inteiramente nas relações de causa
e efeito, uma relação horizontal, onde são
buscadas as chamadas "equações",
e a astrologia não se enquadra neste tipo de modelo,
já que o fenômeno astrológico não
pode ser equacionado, sistematizado ou simplesmente metodizado.
É perda de tempo querer tratar a astrologia com
uma estrita metodologia científica, que não
é - atualmente - ampla o suficiente para abranger
um saber vertical. Trata-se de um conhecimento "acausal",
sem relação de causa e efeito. É
um fenômeno sincrônico, vertical, cuja verdadeira
essência, a ciência - em uma de suas vertentes
- só está espreitando agora, através
do chamado "modelo holográfico".
Infelizmente, devido a esta confusão
de modelos, a astrologia vem sendo incompreendida ao longo
de sua existência, gerando críticas que,
quando muito, poderiam ser dirigidas àqueles que
apenas a utilizam em proveito próprio, sem nenhuma
consideração pela sua origem sagrada. Entre
estes críticos da astrologia que habitam o mundo
científico, encontram-se especialmente os astrônomos,
que são os verdadeiros cientistas do céu.
E a criticam por dois motivos simples: em primeiro lugar,
por mero ciúmes, já que a astronomia nunca
conseguiu desfrutar do apelo popular que tem a astrologia;
e, em segundo lugar, pelo fato de que os astrônomos
e cientistas de um modo geral não compreendem os
fundamentos da astrologia, e a contemplam com uma visão
estritamente horizontal, obviamente fundamentada em relações
de causa e efeito, na qual a astrologia não se
insere. Assim, passam a querer checar as questões
astrológicas à luz do seu restrito modelo
de causa e efeito. Vista sob esta ótica, é
natural que a astrologia pareça mesmo uma brincadeira
de idiotas, uma superstição. O que se lamenta
é que estas pessoas (os cientistas), que tanto
se gabam de terem ajudado a abrir a mente da humanidade,
não tenham ainda aberto a sua própria mente
o suficiente para estudar fenômenos que não
são percebidos com o hemisfério cerebral
esquerdo, responsável pela parte lógica,
racional e horizontal da percepção. De tanto
treinarem e se identificarem com este hemisfério
cerebral, fica difícil perceber que existem outras
formas de ver a realidade, tão ou mais fundamentais
para a existência do que apenas a forma racional,
lógica. E quanto mais insistirem que só
se pode ver a verdade desta maneira lógica, mais
a ciência ficará longe de descobrir respostas
às mais antigas indagações do ser
humano, entre elas, apenas para citar, o fenômeno
da vida, posto que não se chegará jamais
a uma resposta científica a esta questão
enquanto não se considerar a existência do
modelo vertical, onde poderíamos inserir a alma.
Os cientistas criticam a astrologia, mas
são tão ou mais incoerentes do que parecem
ser os astrólogos, quando tratam de lamber suas
próprias feridas. Tentam explicar a vida através
da evolução, da seleção natural
entre as espécies, esquecendo-se que a própria
ciência ao traçar as "Leis da Termodinâmica",
especialmente a primeira e a segunda leis, coloca o fato
da existência diante de situações
insustentáveis sob a ótica do modelo materialista,
de um universo desprovido de alma, evoluindo apenas segundo
reações químicas. Resumindo, quando
a ciência tenta beliscar questões relacionadas
à existência, se embanana toda, uma vez que
estas questões fogem ao restrito modelo científico
contemporâneo.
A 1a Lei da Termodinâmica, a da
conservação da energia, diz que "a
energia pode ser convertida de uma forma para outra, mas
não pode ser criada ou destruída".
Isto demonstra de maneira bastante conclusiva que o Universo
não se criou sozinho, o que implica na consideração
de algo superior à própria existência,
fora dos moldes científicos, ao que, na falta de
palavras e entendimento para definí-lo, reverentemente
denominamos de "Deus".
A 2a Lei da Termodinâmica, a famosa
"Lei da Entropia", diz que "em qualquer
mudança física, a energia diminui constantemente
em utilidade, tendendo a um estágio final de completo
acaso e indisponibilidade". Essa queda da ordem para
a desordem elimina a possibilidade de uma lei básica
de crescente organização, que transformaria
sistemas existentes - como a própria vida - em
sistemas superiores, ou seja, a evolução.
Mas a evolução é um fato, ela existe!?
Por esta lei, haveria uma involução constante,
e ao invés da bactéria se desenvolver ao
longo de milhões de anos para constituir organismos
superiores, aconteceria o contrário, involuindo
até voltar a ser um mineral. Aliás, por
essa lei, a bactéria não teria jamais acontecido,
pois implica numa ordem superior aos seus componentes.
Aqui, os cientistas teimam em desconsiderar uma onda vertical,
organizadora, que não pode ser equacionada, e que
poderíamos denominar simplesmente de "Vida".
Esta onda organizadora é chamada de princípio
"Filho" (Cristianismo); "2o Logos"
(Teosofia); ou "Vishnu" (Hinduísmo),
um dos três princípios básicos que
constituem e sustentam o Universo. Na sua totalidade,
estes três princípios são denominados
de "Pai" (1o Logos, Shiva), "Filho"
(2o Logos, Vishnu) e "Espírito Santo"
(3o Logos, Brahma).
Como podemos observar, a 2a Lei da Termodinâmica
requer que o Universo tenha tido um começo, mas
a 1a Lei não admite que tenha começado por
si mesmo. Neste caso, a única conciliação
possível para o problema seria reconhecer que o
Universo foi criado por uma "Causa Transcendente",
e é aqui que o modelo científico dá
um nó... mas vai em frente. Ao mesmo tempo em que
prega a evolução das espécies, a
ciência nos fala da Entropia... (Ah!)
A falta de visão do modelo vertical
é a origem das grandes incoerências da ciência.
Mas, mesmo com a visão fragmentada no seu restrito
modelo, os cientistas cismam em querer detectar as incoerências
em outros sistemas, que só parecem assim pelo fato
de não serem abordados de forma conveniente, ou
seja, segundo sua própria natureza. Quando observamos
um fenômeno vertical à luz de um modelo horizontal,
é óbvio que apresentará inúmeras
incoerências... E vice-versa!
Quando a "ciência" passar
a ser "Ciência", e se abrir o suficiente
para abranger os dois modelos de compreensão da
realidade, separando e ao mesmo tempo integrando as duas
formas - horizontal e vertical -, utilizando ambos hemisférios
cerebrais e suas diferentes percepções,
a razão e a intuição, aí terá
se aberto o suficiente para alcançar a Grande Síntese;
todas as atuais incoerências se tornarão
extremamente coerentes, os paradoxos serão reconciliados,
e tudo será visto como complementar, aspectos de
uma visão polarizada, que, na síntese, se
fundem num Todo Cósmico, perfeitamente ordenado,
como não poderia deixar de ser neste nosso Universo
Perfeito.
REDESCOBRINDO
A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE I
REDESCOBRINDO
A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE II
REDESCOBRINDO A VERDADEIRA
ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE III
REDESCOBRINDO A VERDADEIRA
ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE IV
REDESCOBRINDO A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA
- PARTE V
REDESCOBRINDO
A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE VI
REDESCOBRINDO
A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA ASTROLOGIA - PARTE VII