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ABOLICIONISMO EM NITERÓI*

Leonardo Monteiro

Introdução

Aqui a proposta é apresentar o Club dos Libertos de Nictheroy, seu representante João Fernandes Clapp e contextualizar a cidade de Niterói no período abolicionista. Nesse contexto, será utilizada a abordagem proposta por E. H. Carr onde será apresentada a forma de análise na qual se busca suprir as lacunas historiográficas sobre o abolicionismo fluminense. Como também expor as etapas de análise do material pesquisado nos arquivos públicos, bibliotecas, fundações e através dos livros referentes ao tema.

Assim, a delimitação temática é apresentada, com recortes cronológicos e espaciais, durante os anos 80 do século XIX porque nesses anos intensificam-se as atividades abolicionistas fluminenses. Em Niterói, criou-se uma associação para instruir os libertos e promover a liberdade negra através de fugas e alforrias. A referida associação era o Club dos Libertos de Nictheroy no qual João Clapp atuava como presidente e professor na instrução dos libertos, dos negros fugidos e dos homens livres.

E durante a última década imperial, houve a maior difusão dos ideais abolicionistas na Corte Imperial e adjacências além de progressos científicos que se incompatibilizavam com o tipo de trabalho ainda utilizado no Brasil, o trabalho compulsório do negro. E sendo assim, o recorte espacial justifica-se devido à cidade de Niterói compor o cenário do Rio de Janeiro e pela proximidade com a sede imperial, sendo uma das bases de propagação das idéias abolicionistas.

Nesse sentido, os objetivos justificam-se ao identificar e caracterizar os principais líderes e suas idéias, caracterizar o Club dos Libertos de Nictheroy e por último, analisar as idéias expressas pelo clube através dos boletins e jornais abolicionistas fluminenses.

No entanto, na historiografia do abolicionismo existem várias lacunas para serem abordadas com base em historiadores como Emilia Viotti da Costa, Humberto Fernandes Machado, Robert Conrad, Claudia Regina Andrade dos Santos, Thalita de Oliveira Casadei e outros. Na obra “Da Monarquia à República” de Viotti é apresentada a abolição e os projetos abolicionistas até 1888 com o fim da escravidão. O estudo caracteriza o abolicionismo nos centros urbanos e grupos sociais emergentes atuando no processo, além de considerar a própria abolição num processo estrutural de transição da sociedade no final do século XIX. Entretanto, revela a ausência de enfoque sobre os abolicionistas e seus projetos com maior amplitude.

Na obra de Conrad, “Os últimos anos de escravatura no Brasil”, os principais abolicionistas e seus projetos são analisados. Esse historiador enfoca Joaquim Nabuco e André Rebouças principalmente quando aborda suas trajetórias de vida e projetos que não se limitavam com o fim da escravidão no Brasil. Como também se refere a outras personalidades como João Clapp e sua atuação no Club dos Libertos de Nictheroy e na Confederação Abolicionista. Indicando algumas pistas sobre João Clapp, mas não se aprofunda na atuação deste abolicionista e outros citados no capítulo “Ação e reação”.

E na obra de Machado , a análise é feita através do principal veículo comunicativo da época que era o jornal impresso. E os meios para difusão eram os artigos da Gazeta da Tarde e outros que estavam ligados às associações abolicionistas. No intuito de atacar os escravistas, os artigos eram a principal forma de atingi-los, segundo os abolicionistas, e para maior parcela da população utilizava-se panfletos além de discursos em ambientes abertos e fechados. E esses discursos eram proferidos por importantes abolicionistas como André Rebouças, João Clapp, José do Patrocínio e Joaquim Nabuco. Assim, os abolicionistas atuavam na alta sociedade pressionando o governo imperial e ganhando adesão da população em favor da abolição.

Acrescentando-se, aqui, os principais textos motivadores deste projeto, que foram escritos por Claudia Regina Andrade dos Santos. O texto “Projetos sociais abolicionistas: ruptura ou continuísmo?” que mostra as associações abolicionistas, indica o Club dos Libertos de Nictheroy e a necessidade de ser pesquisado com maiores detalhes. Como também o texto ”Abolicionismo e desigualdades sociais” que discute abolição em Niterói, trazendo referências a João Clapp e sua atuação como presidente, professor e participante da Confederação Abolicionista.

E recentemente, a localização da obra “A imperial cidade de Nictheroy” da historiadora Casadei permitiu que se analisasse melhor as idéias de João Clapp e do clube abolicionista de Niterói . Assim, essa obra reafirmou a importância de pesquisar sobre Niterói no período abolicionista além de integrá-la ao contexto social, político e econômico fluminense.

Então o tema abordado possui lacunas onde a historiografia viabiliza o estudo do clube abolicionista de Niterói. Assim, podendo apresentar os abolicionistas e seus projetos nas relações sobre a história do abolicionismo fluminense. Questionamentos como esses abolicionistas aderiram ao movimento pró-abolição e quais eram as metas dos projetos desenvolvidos nos levam a refletir o período vigente. A qual corrente abolicionista pertenciam os principais líderes do movimento e se representavam tendências populares ou elitistas. Tais perguntas induzem explicitar a relação de João Clapp e sua ligação com a cidade de Niterói além de conectá-lo a Confederação Abolicionista, possibilitando também rastrear sua atividade sócio-econômica e origens familiares.

E essa relação entre João Clapp com André Rebouças, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Ennes de Sousa e outros e como ela foi caracterizada ou quais eram suas perspectivas com o abolicionismo. Nesse sentido, houve correspondências entre os abolicionistas que revelam a posição de cada um e os pontos em comum defendidos na Campanha Abolicionista. Assim, André Rebouças era monarquista, mas qual era seu projeto enquanto abolicionista e Joaquim Nabuco ansiava qual projeto e os limites quais seriam. Há dados concretos que indicam serem homens de influência na Corte Imperial, mas indagá-se porque repudiavam a escravidão. Então essas relações devem ser estabelecidas a medida que os abolicionistas integravam a sociedade imperial e quais eram suas reclamações em relação ao sistema vigente.

E concluindo a justificativa, deve-se relacionar a posição dos abolicionistas com as associações e jornais durante o final do século XIX. Sendo assim, os artigos escritos ou pronunciados por João Clapp defendiam uma certa posição no contexto abolicionista. O boletim da associação anunciava quais propostas para combater a escravidão e o que existiu realmente de concreto eram os aspectos jurídicos ou pretendiam educar os escravos fugidos, os alforriados e os homens livres. Os boletins e jornais do núcleo abolicionista, no Rio de Janeiro, objetivavam os mesmos interesses ou divergiam de idéias? Essas perguntas proporcionam distinguir as entrelinhas dos principais líderes abolicionistas e se os discursos correspondiam com a realidade.

As premissas tornam-se verdadeiras para tais objetivos e respondendo a esses problemas através de eventos e documentos além de estudos recentes, publicações de teses e livros. Sabe-se que André Rebouças tornou-se monarquista após a década de 1870, João Clapp e José do Patrocínio eram republicanos e Joaquim Nabuco era monarquista. Na verdade, defendiam uma “Democracia Rural”, a não indenização dos proprietários escravistas e até a criação de um imposto territorial, além de terem acesso aos meios legais da sociedade.

Nesse contexto, o Club dos Libertos de Nictheroy tinha como principal representante João F. Clapp e situava-se em Niterói. A associação estava integrada à Confederação Abolicionista e tinha seu manual contendo alguns aspectos educativos que se referiam ao ensino de disciplinas como matemática, português e cidadania. O próprio João Clapp lecionava disciplinas e tinha como atividade principal um comércio de porcelana e chás na Corte Imperial. E comprovando que os boletins, não só da associação de Niterói, indicavam o fim da escravidão, condenando os latifundiários escravistas, propondo uma “Democracia Rural” e a inserção do negro na sociedade fluminense.

Nesse caminho, o primeiro objetivo do trabalho acadêmico é identificar e caracterizar os principais líderes e suas idéias abolicionistas. O segundo objetivo é caracterizar a organização abolicionista fundada em Niterói, o Club dos Libertos de Nictheroy. E o terceiro objetivo é analisar as idéias abolicionistas expressas pelo clube fundado em Niterói através dos boletins e da imprensa fluminense. Cada um desses objetivos foi analisado em um capítulo. Assim, pode-se problematizar o tema abolicionismo no Rio de Janeiro, contextualizando-o com as demais regiões que participaram da propaganda pró-abolição.

Então, a problemática sobre o tema abolicionismo é muito pesquisada pelos historiadores, mas as associações, seus líderes e os jornais são analisados em conjunto, não abordando as especificidades. Especificidades essas como o abolicionismo de algumas regiões fluminenses atuantes, ou seja, dados sobre o Club dos Libertos de Nictheroy e João Clapp que estão fragmentados em várias obras. Nesse sentido, o clube abolicionista de Niterói, fundado em 1881, instituía os negros e homens livres além de profissionalizá-los. E então os textos de Conrad, da historiadora Claudia e de Casadei abordam a cidade de Niterói através do clube e seu representante além das idéias propostas. Mostrando também que na sociedade fluminense eclodia uma política abolicionista e uma abertura do mercado sem vinculações com a escravidão. Um movimento tipicamente urbano, além de alguns focos rurais de ressonância política que são analisados pelos historiadores. Logo essa lacuna nos permite fazer uma análise sobre o Club dos Libertos de Nictheroy, com base na tendência sócio-política do clube.

Assim, o problema consiste que a maioria dos textos abordam mais uma questão econômica do que sócio-política. E os projetos abolicionistas são discutidos perante alguns aspectos e não se estendem para as especificidades do movimento no parlamento e na sociedade. Por outro lado, como as idéias abolicionistas influenciaram a sociedade e a importância do movimento entre os anos 1880 a 1888, então analisa-se um conjunto de eventos significativos. Nesse sentido, demonstra-se a tendência da historiografia atual, não concebe o abolicionismo como evento isolado. Logo, as associações abolicionistas passam a ter uma nova significação. Em seguida, os líderes abolicionistas integram-se aos jornais e outras atividades do Segundo Reinado brasileiro, que passaram a apoiar a causa abolicionista. Então, o intuito é explicitar o abolicionismo como movimento sócio-político e ressaltar o seu significado na cidade de Niterói no século XIX. Além de integrar a cidade ao contexto abolicionista fluminense e resgatando a figura de João Clapp como professor, abolicionista atuante e dirigente do clube de Niterói.

Nesse caminho, comprovam-se os objetivos através de três hipóteses. Sendo a primeira quando identificamos João Fernandes Clapp como adepto do republicanismo e atuando na função de presidente da Confederação Abolicionista e do Club dos Libertos de Nictheroy. José do Patrocínio era republicano e atuava como jornalista na imprensa fluminense. Joaquim Nabuco era monarquista, adepto do liberalismo e atuava como advogado no Brasil além de ocupar uma cadeira no parlamento brasileiro. E André Rebouças que acreditou no ideal do self-made man e tornou-se monarquista, em 1880, em vista das possibilidades de extinguir o cativeiro brasileiro além de ser engenheiro por formação profissional. Assim, os principais líderes (citados acima) da propaganda abolicionista propunham uma “Democracia Rural”, a instrução primária profissionalizante e a inserção do negro na sociedade.

Em seguida, mostrando que João Fernandes Clapp, descendente de norte-americanos, atuava como presidente do Club dos Libertos de Nictheroy e que a associação estava integrada à Confederação Abolicionista a partir de 1883. Como também evidenciar a atuação de Clapp como organizador de festividades em Niterói, lecionando disciplinas no clube e dirigindo as ações do clube na propaganda abolicionista. E na terceira hipótese, evidenciando o conteúdo do boletim do clube de Niterói e dos jornais pró-abolição da época que mostravam o significado de abolir a escravidão devido à repercussão nacional e internacional. Nesse sentido, os artigos dos jornais e as diretrizes do clube propunham o fim do cativeiro negro para estimular o progresso e a civilidade da nação.

E por fim, a formulação do quadro teórico-metodológico do projeto que é a abordagem utilizada por E. H. Carr na sua obra “O que é história?”. A história interpretada através das necessidades do presente e estabelecendo uma relação entre o historiador e evento torna-se instigante quando a concepção de História não é uma simples resposta ao dias atuais. No entanto, considerando-a uma análise de um conjunto de fatores nos quais o historiador reinterpreta o período em questão, expressando as indagações do presente sem alterar o passado. Além de Carr, a concepção de história dos Annales é significante devido considerar a Ciência História um conjunto de fatores que integram o político, social e o econômico. Assim, a história é reinterpretada com base na transformação social na medida que o historiador observa a contribuição de uma pesquisa para a sociedade vigente.

Sendo assim, a proposta de trabalho é identificar, analisar e caracterizar o Club dos Libertos de Nictheroy com objetivo de integrá-lo ao contexto abolicionista do século XIX. E abordando principalmente o Club dos Libertos de Nictheroy através do domínio político da história como princípio orientador da monografia.

Na continuação da idéia proposta, o primeiro procedimento é a análise da sociedade no final do século XIX. A análise será feita através dos livros “Da Monarquia à República” e “Da senzala a colônia”, de Viotti. Nessas obras será trabalhado o contexto do abolicionismo no Segundo Reinado através do projeto político que envolvia as leis para a libertação negra. Como também a questão reformista da abolição e os projetos dos principais líderes perante a influência européia e norte-americana em torno da formação da sociedade capitalista.

Já Machado enfoca a imprensa da época e os líderes abolicionistas fluminenses o que proporciona uma caracterização dos grupos abolicionistas e dos reacionários escravocratas. Isso possibilita diferenciar as diversas associações abolicionistas e os reacionários ao longo do processo realizado no século XIX até a abolição em 1888. Já na obra de Conrad é possível identificar os abolicionistas e os reacionários com suas respectivas atividades econômicas e origens sociais. Sendo que as associações abolicionistas, seus líderes e seus projetos são especificados, mas os reacionários escravocratas não são caracterizados de forma restrita onde se comentam alguns escravocratas da Corte Imperial.

Numa segunda etapa serão analisadas as obras de Conrad, Wehrs , Backheuser , os textos da Professora Claudia e a obra de Casadei . Sendo assim, a obra citada de Robert Conrad é interessante porque identifica a associação em Niterói através de seu representante João Clapp que era comerciante e professor no Rio de Janeiro além de ser abolicionista. Já as obras do segundo e terceiro pesquisadores são significativas ao descreverem a cidade de Niterói e sua trajetória no século XIX e XX. E a historiadora Casadei detalha as especificidades do clube abolicionista de Niterói, da cidade no século XIX e de Clapp. Em seguida, os textos da professora Claudia que caracterizam as associações e os líderes dando ênfase ao projeto da “Democracia Rural” e a atuação de Clapp como representante de Niterói. Além de evidenciar as idéias de Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, André Rebouças e outros abolicionistas, então os textos em questão propõem a discussão entre reformismo ou ruptura em relação à propaganda abolicionista. Também considerando o livro “Da Vila Real da Praia Grande a Imperial Cidade de Niterói” de José Antônio Soares de Souza que analisa a construção da localidade até sua elevação à cidade.

E fechando a introdução, encontra-se o quadro teórico-metodológico em que se pretende estabelecer a conexão entre os documentos primários e as fontes secundárias. Assim, serão analisados os discursos, os jornais, os manuais e as cartas elaboradas pelos abolicionistas dentro e fora do Rio de Janeiro no intuito de demonstrar a rede criada para extinguir o cativeiro brasileiro. Sendo assim, realizando uma análise dos discursos proferidos por Clapp em espaços público-privados para expor as idéias propostas nesse período. Também evidenciando que os artigos impressos na Gazeta da Tarde direcionavam-se para atingir os proprietários escravistas. Depois, caracterizando os manuais de acordo com as associações abolicionistas e no caso de Niterói expressando uma corrente popular do movimento. Como também identificando e analisando as cartas onde Clapp se corresponde com outros abolicionistas. E acrescentando, uma análise sobre o pedido de pensão de Joanna Jardim Clapp após a morte de seu marido o que comprova a relação da família entre os homens influentes na sociedade brasileira do século XIX e no início do XX.

Resumindo, a proposta da monografia com base no abolicionismo brasileiro, especificamente em Niterói, só foi possível através dos textos da historiadora Claudia e da historiadora Casadei. Assim, a partir dos textos tornou-se viável analisar o tema logo percebendo uma lacuna sobre a historiografia abolicionista fluminense e de Niterói o que propiciou a junção do tema abolicionismo ao interesse pela cidade de Niterói.


* as notas de rodapé desta amostra da introdução foram suprimidas.

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