X-Men, Hulk e Matrix
O paradigma da realidade e os personagens Áries, Touro e Gêmeos

Carlos Hollanda

 

Por Que Estudar História?
Certa vez uma amiga me perguntou o motivo de eu achar que o estudo da história é fundamental também para um astrólogo. “O que uma coisa tem a ver com a outra?!” - questionou.

Confesso que nunca havia pensado nisso. Para mim nada era mais natural do que um astrólogo interessar-se por história e antropologia, do mesmo jeito que tende a se interessar por filosofia e psicologia. Acho que fiquei devendo uma explicação melhor a ela. Pois bem, ter conhecimento de história, em especial dos conceitos usados nessa ciência e dos processos interpretativos envolvidos é fundamental para um enfoque mais abrangente do astrólogo sobre a condição humana.

Não é que um praticante da arte de interpretação astrológica ficará incapaz se deixar de estudar os assuntos acima. Muitos são tão eficientes dedicando-se única e exclusivamente às abordagens psicológicas que quase sempre isso faz pensar que a astrologia é uma prática dedicada somente à análise do indivíduo psicologicamente falando. Mas, afinal, uma das formas de abordagem psicológicas e psicanalíticas não é justamente o levantamento do histórico individual? Não é essa uma das maneiras que permitem ao terapeuta reconstruir a estrutura psíquica e detectar traumas, compulsões etc.?

A história, tal como o levantamento de um histórico individual, permite que o intérprete ou o pesquisador desconstrua a realidade, conheça os mecanismos, as peças e como elas se encaixam. Ela permite o encontro das raízes culturais, comportamentais e também inserções de ideologias racionalmente elaboradas por grupos de elite social e intelectual na forma como as coisas se apresentam diante de nós. Pensamos que tudo o que vemos é a realidade, que as coisas são como têm que ser, mas nem sempre isso é verdade, pelo menos não em se tratando daquilo que podemos modificar, se devidamente despertos para tanto.

A história e a antropologia podem não ser elementos imprescindíveis, mas conferem uma abertura enorme para o intérprete de astrologia que sabe incluir seus conceitos numa análise. A associação entre os conceitos e modelos astrológicos e a metodologia da história, da antropologia e da psicologia amplia incrivelmente a capacidade de detecção de processos arquetípicos no tempo e nas sociedades, bem como suas conseqüências na atualidade. Facilita o apontamento das formas que esses arquétipos tomam na vida cotidiana, nas artes, na literatura, na arquitetura e nas maneiras de distinção social de cada cultura, já que grande parte do que vivenciamos e cremos ser natural, na verdade foi, como já disse, construído segundo as necessidades de uma classe hegemônica e segundo profundas trocas culturais.

Assim, toda a realidade que nos circunda traz um discurso. Cada esquina, cada forma arquitetônica, cada estátua, cada roupa, gesto, expressão idiomática, crenças e ideologias têm ao mesmo tempo um referencial arquetípico e outro socialmente construído. Ambos se mesclam e se complementam. Interagem sem que haja um meio de existirem separadamente. A realidade é uma mescla de fatores impostos a nós antes de nós nascermos, tais como esses fatores inconscientes e arquetípicos e as construções mentais de diversos séculos de civilização. A isso também se mesclam fatores subjetivos e um histórico pessoal que leva o indivíduo a formular interpretações do mundo de acordo com aquilo que ele mesmo é interiormente, sem disso se dar conta.

MATRIX RELOADED

Angel Rama em “A Cidade das Letras” demonstra como isso ocorre do ponto de vista histórico na formação das cidades e na elaboração de mecanismos de para controle ideológico e comportamental da massa. Outros historiadores, como Georges Duby e Marc Bloch também trabalham com a idéia de uma construção de realidades sociais intencionalmente. Mas Rama trabalha com construção de todo um universo citadino através de uma realidade baseada na simbólica pertencente ao ambiente. É preciso desconstruir essa simbólica levando-se em conta o modo como os construtores a montaram para que seja possível entender seu funcionamento. Para tanto, a utilização da história é muito importante, pois grande parte de nosso comportamento deriva de condicionamentos sociais e de construções culturais de séculos atrás. Tudo o que tocamos, tudo o que vemos e sentimos tem uma linguagem e diz algo para nosso subconsciente ou, indo mais a fundo ainda, para nosso inconsciente, ao ativar conteúdos arquetípicos.

Matrix Reloaded, a continuação de Matrix, retorna com a idéia de construção e imersão da consciência numa dada realidade. Tal realidade é composta de regras específicas e burlá-las é sinônimo de ter que enfrentar todas as pressões possíveis em contrário. Tentar ao menos vislumbrar uma alternativa encontra a monstruosa resistência dos demais seres envolvidos naquela realidade, que não só a endossam, como também podem rejeitar o indivíduo ou levá-lo a crer que suas especulações são meras fantasias.


Os gêmeos albinos de Matrix Reloaded.
Capacidade de desmaterialização
cujo simbolismo pode ser análogo ao
de uma combinação
Plutão-Netuno.

Tentando não entrar em considerações metafísicas, que sem dúvida o filme pressupõe, podemos dizer que a realidade construída de uma dada maneira seria astrologicamente concebida por meio do simbolismo de Saturno. A Matrix, sendo simultaneamente uma “incubadeira-vampira” (suga as energias de seres humanos que não chegam a despertar de um estado pré-natal) e uma realidade construída de forma a promover o controle social, é uma verdadeira ilusão Lua-Saturno. Epa! Saturno, o planeta associado à idéia de Realidade, com “R” maiúsculo, concebido como uma ilusão? Sem dúvida. Todos os modelos hierárquicos e socialmente estruturados de distinção, ascenção individual e controle da massa são ilusórios, isto é, são “estados-concebidos”. Explicando melhor: são “status”. Um “status” ou um “estado” individual dentro de uma hierarquia social não passa de uma ilusão que tem um efeito muito real em nossas mentalidades. Não há ser humano superior a outro, mas atribuímos a posses, posições numa empresa ou no governo e a formação acadêmica, um diferencial que costuma fazer com que uma pessoa pareça melhor do que outra. Certamente ao ler estas palavras o leitor, muito convicto, e não sem razão, da “realidade” das coisas, deverá fazer vários questionamentos internos sobre a validade do que leu. “Afinal de contas, uma pessoa civilizada e capaz de respeitar os direitos dos outros não se torna melhor, ao menos melhor do que era?” Sem dúvida, mas melhor apenas no contexto social, isto é, dentro de uma construção saturnina específica. Um sujeito muito comunicativo, considerado simpático na zona norte do Rio de Janeiro pode ser o “folgado” e “inconveniente” num bairro paulistano de classe média. São contextos diferentes. São construções diferentes. São realidades diferentes. Ou seriam “ilusões” diferentes. Não é à toa que Saturno, na Árvore da Vida, da Cabalá, é associado à sephirah Binah, que é descrita como a grande ilusão, Maya. Para um sistema cabalístico-astrológico, Binah-Saturno, sendo um passo após o platônico mundo das Idéias ou então após o mundo dos arquétipos, é o primeiro passo na construção de uma realidade contextual, portanto limitada a determinadas regras e quase desconectada de sua fonte, exceto por elementos renovadores que se lhe inserem periodicamente. Nesse sentido, Netuno, associado à primeira sephirah, Kether (a união com o aspecto Criador, segundo a visão cabalística e metafísica) seria a “realidade” mais pura, os primórdios, o germen da manifestação no mundo das Idéias.

Assim é a realidade contextual de Matrix, periodicamente abalada ou “contaminada” pelos rebeldes Urano-Plutão: Morpheus, Neo, Trinity etc. A vestimenta preta, o ar sombrio dos personagens é plutoniano, bem como a capacidade de destruir visando um bem maior no final. O aspecto desestruturador e capaz de levantar outros seres humanos de seu sono letárgico com uma mensagem, com um exemplo ou com o desmoronamento de crenças rígidas que esses personagens promovem é o lado uraniano em ação.

Matrix Reloaded traz desta vez o arquétipo dos Gêmeos. Aliados aos temíveis agentes Smith, dois gêmeos albinos são uma espécie de anti-vírus criado pela Matrix para enfrentar a ameaça do grupo de Morpheus, especialmente depois que Neo tornou-se hiperpoderoso, ou seria melhor dizer que tornou-se uma espécie de avatar (um ser iluminado, como o Buda)? Neo é capaz de manipular a realidade de Matrix não sendo afetado por ela, já que de algum modo desconstruiu seu mecanismo, isto é, descobriu, não sem sofrimento, como ela fora concebida e quais são as vias de seu funcionamento. Para ele, Matrix nada mais é que um monte de códigos, números e letras que ele pode reposicionar e fazer com que sigam um curso diferente do programado originalmente. Neo é o ser desperto, que transcendeu a “ilusão de realidade” e a enxerga de fato como ela é. É mais ou menos como na doutrina de diversas religiões, especialmente o budismo, onde o iluminado diz “estar acordado enquanto todos dormem” o sonho da realidade. Como vimos, trata-se do mesmo problema da realidade construída que os historiadores tentam desconstruir para entender o funcionamento. Talvez uma união entre esta e diversas disciplinas, sem o preconceito quanto aos aspectos metafísicos da astrologia ajude a compreendermos melhor o paradigma da realidade.

Os gêmeos são capazes de se desmaterializar (como veremos mais adiante ao falarmos de Noturno, em X-Men) e dão um imenso trabalho a Morpheus, o líder dos rebeldes. Em astrologia podemos notar que esses dois personagens albinos têm os atributos mercuriais de Gêmeos, no que tange à geminiana capacidade de produção de sofismas que confundem e produzem um choque de realidade em concepções muito presas a uma única via, sem a consideração de alternativas. O sofisma pode ser uma grande mentira para confundir os incautos, mas também pode conter uma segunda face profundamente esclarecedora do ponto de vista simbólico e subjetivo. Os paradoxos, como os de Zenon, funcionam de uma maneira extremamente semelhante às expressões da sabedoria Zen-budista. E não é que Zenon e Zen são parecidíssimos? Os gêmeos do filme são um duro golpe em concepções muito restritas. São dificílimos de pegar, como quem é escorregadio e ágil como um Gêmeos-Peixes, capazes de driblar como Mané Garrincha (que tinha Lua em Peixes) as mais complicadas questões com respostas intrigantes e às vezes com muito lero-lero.

Matrix Reloaded retrata, talvez de uma maneira mais contundente, os paradoxos geminianos da existência. Se por um lado a realidade que vivemos é apenas uma ilusão, a mesma ilusão pode matar ou deixar alguém muito feliz, mesmo não tendo a mínima consciência de sua condição.

SOBRE PERSONAGENS E CRIADORES:

Quando dizemos “realidade construída” não podemos deixar de acrescentar o processo subjetivo na construção da mesma. É o caso de um criador de personagens e sua imersão na realidade em que vive. Para entender melhor, vejamos a frase do aracnídeo mais famoso do cinema: “Grande poder traz grande responsabilidade”. Ela retrata a ótica norte-americana de uso da força. Tal ótica considera “irresponsáveis” àqueles que também dispõem de capacidade ofensiva, mas não se encaixam no modelo moral da crença norte-americana, consolidado pelos pioneiros protestantes que instalaram-se em solo americano ainda em seu período colonial. Isso quer dizer que Stan Lee, o criador do personagem criou o lema intencionalmente? É muito mais provável que não. Ele, como a maioria dos artistas e escritores, reproduz, com sua sensibilidade, as características de sua cultura e de sua época. Ele pode até ter criado um novo paradigma, como o fazem tantos artistas, que introduzem elementos recombinados no imaginário coletivo. Contudo, isso apenas faz crer que havia um elemento de ressonância na mentalidade americana capaz de promover a imediata ascenção do título “Homem-Aranha” ao rol dos mais vendidos.

Stan Lee, um capricorniano (daí o lema do Aranha) com fortes características escorpianas e arianas, marca a maioria de seus personagens com vários de seus aspectos psicológicos. Entretanto, os mesmos personagens pertencem a uma época, apesar de serem readaptados com o tempo para manterem a aceitação e o interesse do público. Abaixo falamos de alguns deles e de outros que foram criados como coadjuvantes no universo Marvel, mas que acabaram assumindo maior destaque do que previsto.

OS X-MEN

Apesar de Wolverine não ter sido criado por Stan Lee, nele encontramos fortes indícios de uma simbólica que combina os arquétipos de Marte, Plutão e Saturno. É como se o universo dos personagens da Marvel Comics assumisse em grande parte os traços de personalidade do principal criador das tramas.

O esqueleto (Saturno) de Wolverine, é revestido por um metal (Marte) indestrutível, o adamantium, resistente (Saturno) a praticamente tudo. Suas armas mais mortíferas são as garras metálicas (Marte), que projetam-se de seus braços. Sua melhor defesa (Saturno) é seu extraordinário fator de cura (Plutão), capaz de driblar a morte (Plutão) com facilidade mesmo quando ele tem ferimentos enormes em órgãos vitais. Tudo isso funciona como um verdadeiro “freezer”, conservando o personagem por muito mais tempo que um ser humano comum. Estima-se que Wolverine tenha mais de cem anos de idade, longevidade esta - Saturno – que se deve em grande parte a seu fator de cura. Seu mau humor, sua rabugice, é própria da combinação desses três planetas. Igualmente é sua capacidade para apaixonar-se e agir impulsivamente. Wolverine é, de certa forma, depressivo, talvez devido a um grande temor do mundo, uma certeza íntima de que o ser humano, não importa de onde venha ou quem seja, irá lhe fazer algum mal. A autodestrutividade do personagem se deve também a uma falta de expectativas quanto à vida. “O que esperar dela?” - ou, mais ainda, “até onde sou realmente resistente a ações nocivas ao meu corpo?” A irritabilidade ariana mesclada à capricorniana sensação de que é preciso encarar o inevitável (“alguém tem que fazer o trabalho sujo”) e à escorpiana compulsão de “fazer ou morrer”, são comuns na dinâmica do personagem. Igualmente o é sua dificuldade em subordinar-se ou trabalhar totalmente em equipe. Apesar do esforço nesse sentido, Wolverine é individualista ao extremo, tem pavio muito curto e não suporta que lhe digam o que fazer, como um bom ariano.


Wolverine em versão quadrinizada com
um de seus uniformes amarelos.
Arte: Carlos Hollanda

Outros personagens que chamam muito a atenção entre o grupo de mutantes são o professor Charles Xavier, Magneto, Tempestade, Mística e Noturno. Avaliando seus tipos rapidamente, temos em Xavier e em Magneto duas faces de Aquário: o reformador, que preza pelo diálogo e que enxerga a possibilidade de um mundo melhor sem discriminações entre humanos e mutantes no primeiro. O segundo, ao contrário, quer reformar o mundo através de uma eliminação de seres humanos ou da demonstração ostensiva de poder para intimidá-los. Ambos são tipos Aquário-Peixes. Ambos querem salvar, redimir a humanidade. Xavier quer inclusão e integração. Magneto também quer salvar a humanidade, mas somente aquela a que ele mesmo pertence: a parcela dos mutantes, já que ele foi e continua sendo vítima dos preconceitos e políticas de dominação dos humanos desde o nazismo.

Tempestade é uma mescla de Câncer com Aquário, provavelmente com um Júpiter enfático no mapa. É uma espécie de deusa da tempestade, capaz de alterar o clima e enviar raios e chuva. O lado Câncer fica por conta de sua capacidade aglutinadora, não como um superpoder, mas como um talento empático dos cancerianos de agregar pessoas e mantê-las sob um mesmo núcleo.

Mística é uma Peixes com Ascendente em Peixes e com Netuno muito enfático no mapa. É um transmorfo. Pode ser quem ela quiser, como um ator do mais alto gabarito o faria. Sua capacidade de se transformar numa outra pessoa é tão incrível que quando o próprio “copiado” se enxerga na personagem fica em dúvida se ele é ele mesmo ou se está ali diante dele (isso acontece numa parte do filme com um faxineiro). Ô coisa confusa!

Noturno, a excelente novidade do elenco de personagens inseridos na trama super-heroística, está muito bem caracterizado. Alguns podem até achar que está melhor do que nos quadrinhos. Realmente é tentador pensar assim. De qualquer forma, o acentuado aspecto jupiteriano, com traços de Sagitário e Peixes, devocional, crente numa força superior, religioso, dócil e piedoso, contrasta com um visual assustador. Noturno tem cauda de ponta de seta, olhos amarelos e seus pés e mãos com apenas três dedos. É como uma criatura dos contos de fada irlandeses ou, obedecendo à nacionalidade do personagem, alemães. Sua capacidade de teletransporte permite-lhe locomover-se de uma forma descontínua e ágil, assim como sua cauda e sua anatomia são próprias para acrobacias, como a de um símio de pequeno porte. A toda essa capacidade de locomoção e agilidade simiesca, pode-se atribuir um elemento mercurial ou geminiano bem acentuado. Não, gente, não é que os geminianos pareçam macacos! Trata-se de uma associação com o símbolo egípcio do babuíno no antigo Egito com o deus Toth, também associado a Hermes, protetor dos escribas, o mesmo Mercúrio que rege Gêmeos e Virgem. Mas não se pode descartar que seu lado Sagitário-Peixes mescla-se a um forte traço leonino, quando ele afirma ser “o incrível Noturno” (Night Crawler, seu nome original). Ele é artista de circo. Adora um palco e um holofote.

O HULK

Assim como Wolverine, o Hulk traz consigo o caráter ariano da explosão de cólera e o pavio curto. Entretanto, o monstro verde é um tipo Áries mesclado a Touro, com sua força titânica e sua típica devastação quando forçado a fazer algo que contrarie suas convicções. Bruce Banner, o alter-ego Libra-Touro do gigante verde, é pacato e cordial, mas esconde o monstrengo Urano-Plutão nas profundezas de seu inconsciente. É, de fato, uma adaptação da história de “O Médico e o Monstro”, mas ao menos nos quadrinhos Banner é um físico nuclear que sofre um acidente tentando salvar o jovem Rick Jones da radiação de uma bomba gama. Pelos traillers do filme de 2003 as circunstâncias são um tanto diferentes, ma a essência permanece: uma fúria reprimida pela lisura social, por uma máscara de cordialidade e de tranqüilidade que é rompida por uma circunstância incontrolável e inesperada. Estes últimos adjetivos podem ser, respectivamente, atribuídos à combinação de Urano e Plutão. Não é de se estranhar que o personagem tenha sido criado durante esta conjunção em Virgem, na década de 60. Banner, inclusive, traz, nos quadrinhos, características virginianas acentuadas. O gosto pelo detalhe, a postura workaholic... Mas seu alter-ego é diferente. Podemos até imaginar que o Hulk é um ariano com Ascendente em Touro (a enormidade de sua força e seu corpo taludo: a aparência), com o Sol na casa 12. Sendo esta casa a casa do isolamento, temos um quadro bastante de acordo. O Hulk, no final das contas sente-se constantemente vitimado pelas circunstâncias e pelas pessoas (com o Sol na casa 12, análoga a Peixes, tende-se a desenvolver comportamentos semelhantes a este último signo). Vinga-se quebrando tudo, mas busca o isolamento no deserto. É, isso mesmo... como o Cristo e outros seres iluminados que buscavam refúgio e ao mesmo tempo um retorno à própria essência (o Sol) passando períodos prolongados num local isolado (alguns buscam a montanha, como Moisés, mas ele também passou pelo deserto). Acalmando-se, o monstro volta a ser o pacato Bruce Banner, de Ascendente Touro, aparentando tranqüilidade, amabilidade e às vezes trabalhando além da conta sem reclamar. Basta que tudo se mantenha numa rotina relativamente confortável


O Hulk em versão quadrinizada. Personagens mais
perigosos são, em geral, coloridos com verde e
púrpura, no imaginário norte-americano.
Arte: Carlos Hollanda

Finalizando, a idéia de realidade construída é perfeitamente aplicável à nossa realidade imediata e às relações sociais que mantemos. Algumas formas de ampliarmos nossa capacidade de detecção dos parâmetros históricos, culturais, psicológicos, arquetípicos e ideológicos do mundo que nos cerca e de nossa própria constituição como indivíduos são bastante exploradas num dos cursos de Astroletiva. Trata-se de “ASTROLOGIA, MITOS, CINEMA E QUADRINHOS”, onde várias outras desconstruções de personagens e outros métodos são trabalhados. Saiba um pouco mais sobre o curso dando uma olhada na sinopse, aqui em Astro-Síntese. Ou então vá direto para o site de Astroletiva para dar uma olhada nos cursos programados para os próximos meses. Solicite o seu.