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Os
Grandes Trígonos, o Eclipse
e as Mudanças da vida na Terra
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Realmente existiu uma configuração
astrologica importante no dia 8 de novembro de 2003, com auge
em torno do horário do eclipse, podendo trazer alguma possibilidade
de maior harmonia e integração, especialmente aos
que conscientemente se alinharem com ela.
Mas quanto ao que dizem sobre 2012, cinturão
de fótons, mega portais, intervenção dos
extra terrestres, me parece o retorno cíclico da expectativa
de que as coisas possam mudar de fora para dentro. Na década
de 80 falaram sobre uma grande onda que viria inundar todo o litoral
do Brasil, depois mensagens canalizadas de que tres dias de trevas
encobririam o planeta, com a recomendação de que
as pessoas deviam guardar velas e água mineral, lacrar
portas e janelas e não deixar nem os próprios filhos
entrarem...
Minha resposta foi que a onda
não era do oceano externo mas do interno, do mundo psíquico,
do inconsciente coletivo projetado na natureza. Sobre os três
dias de trevas, respondi que só poderiam acontecer em função
do choque de um asteróide com a Terra ou um conflito nuclear
generalizado. Em ambas as hipóteses de nada adiantaria selar
portas e janelas e fazer estoques de velas e água mineral.
Ao amigo que veio na época me alertar sobre aquelas ameaças
e me questionar astrologicamente sobre o sssunto, estando disposto
a se refugiar no planalto central, respondi que as trevas estavam
no íntimo das pessoas e que era inútil tentar fugir.
Se fosse meu destino ser levado pela onda ou estar em meio a um
cataclisma me sentia disposto a encarar e que a natureza fizesse
de mim o que melhor lhe aprouvesse. Afirmei que nada iria acontecer
em larga escala pois se assim fosse as crianças estariam
nascendo com mapas astrais que indicariam exterminio coletivo, o
que não era o caso.
Da mesma forma, se agora não se anuncia uma grande onda,
nem três dias de trevas, temos o cinturão de fótons,
a abertura de mega portais, acelerações vibratórias
e a promessa que depois de 2012 a humanidade viverá em paz.
Para mim, se há algum cinturão de energia ou de vibrações
este é o próprio zodíaco refletido no mapa
astral de cada pessoa e se existem portais a serem atravessados
estes são os simbolizados pelas configurações
astrológicas que se acham assinaladas em nosso nascimento.
Novamente, os mapas astrais das crianças que agora estão
nascendo nada indicam que não terão de enfrentar em
sua vida adulta os mesmos velhos problemas de nossa espécie,
agravados por riscos ambientais resultantes de nosso uso inconsciente
dos recursos naturais. Se nossos filhos irão herdar algum
mundo, este será um pouco mais difícil de se viver
do que aquele que conhecemos.
O esforço de tentar sermos humanos melhores inspirados ou
não em configurações astrológicas harmonicas
é sempre louvável. Mas esse apelo também não
é novo: o amor ao próximo Krishna já o ensinou
a Arjuna nos Vedas; o filho de um carpinteiro da Galiléia
já o praticou dois mil anos atrás até o extremo
do sacrífico de si mesmo; Buda o realizou na compaixão
por todos os seres; Platão idealizou na República
a sociedade justa e perfeita para os homens; Thomas Moore preconizou
na Utopia a possibilidade da igualdade entre as classes que lhe
valeu ser considerado o pioneiro do socialismo a ponto de se tornar
o único santo católico a ter estátua em Moscou;
Beethoven imortalizou na Nona Sinfonia, primeira e única
obra musical a ser enviada para além dos limites do sistema
solar num disco digital na nave Voyager, que se encerra com o coral
entoando o poema de Shiller - Ode à Alegria - onde só
a fraternidade pode dar verdadeira felicidade ao homem; Mahatma
Gandhi demonstrou o quanto a não violência é
capaz ao expulsar um império colonial e devolver a independência
à Índia e por último, mas não finalmente
John Lennon tornou hino a possibilidade da humanidade viver em paz
na canção Imagine.
HUMANIDADE RECALCITRANTE
Mas somos recalcitrantes. Do
contrário não estaríamos assistindo a exércitos
de um homem só desafiando tanques na Praça da Paz
Celestial, mísseis mutilando crianças em nome da liberdade
mundial ou novos Muros de Berlim sendo erquidos entre povos irmãos.
Apesar de todas as grandes mensagens, até agora ainda não
tivemos em dois mil anos de história registrada, um sequer
que a humanidade não estivesse em guerra.
Como diz a canção, ainda somos os mesmos e vivemos
como nossos pais...ou ancestrais.
Não é por falta de propósitos e ideais que
não atinjimos ainda a concordancia harmonica, mas por nossa
incapacidade de realizá-los. Por isso, não compartilho
- com todo respeito aos que assim creem - da visão de que
intervenções ou transformações provocadas
por forças externas trarão solução.
Apesar dos 40 milhões de mortos em apenas cinco anos da última
guerra mundial que culminou com o bombardeio atomico que evaporou
200 mil pessoas instantâneamente em Hiroshima e Nagasaki e
a descoberta da industrialização do assassinato em
massa nos fornos crematórios do nazismo, parece que a humanidade
não aprendeu nada. Temos hoje ainda estocados arsenais nucleares
suficientes para destruir o planeta quatro vezes, quando uma só
já seria suficiente! Concluída a primeira destruição,
de que serviria as outras tres possibilidades? Gasta-se por ano
trilhões de dólares na construção e
manutenção de armas e exércitos em todo mundo.
A destruição do semelhante, na contramão de
todas as grandes mensagens espirituais que nos vem sendo transmitidas
há milênios ainda é o maior e mais lucrativo
investimento da raça humana. Se o sangue de Cristo, Moore,
Ghandi, Lennon e dos mártires dos fornos crematórios
nucleares de Hiroshima e Nagasaki nada conseguiram, não creio
que algum mega portal ou cinturão de fótons o faça.
HAVERÁ
SALVAÇÃO
PARA OS "ELEITOS"?
A Era de Aquário com
Libra dominando na casa IX assinala que não haverá
uma salvação exclusiva para eleitos ou escolhidos.
Isso foi há quatro mil anos, na Era de Áries. Também
a salvação indicvidual pela transmutação
e domínio de si mesmo foi o caminho nos últimos dois
mil anos, quando a Era de Peixes trouxe o signo de Escorpião
na casa IX. A Era de Aquário, através das viagens
espaciais e da física quantica inaugurou a percepção
clara de que a humaidade é uma só e tornou concreta
a antiga concepção hermética de que não
há como separar inteiramente cada parte do todo: somos um
grande homem holográfico e se houver alguma salvação
ela terá de ser resultado de um esforço coletivo.
Ou será para todos ou não será para ninguém.
Emma de Mascheville ensinava que na Nova Era ninguém será
inteiramente livre enquanto houver em algum lugar no mundo um prisioneiro
de consciência. Não haverá ninguém inteiramente
saciado enquanto alguém estiver faminto. Ninguém terá
inteira paz enquanto em algum lugar da Terra os homens estiverem
se matando. Ninguém estará inteiramente são
enquanto existirem infectados.
Só o homem poderá salvar o homem, ainda que isto possa
vir a lhe custar quase o desaparecimento de sua própria espécie.