A
esperança de que o tempo passasse mais rápido
era a única coisa que a fazia com que não
saísse do lugar. O medo não era tão
grande quanto ela.
Suava frio, respirava fundo, mas nada a removia dali.
Pensava que quanto mais rápido o tempo passasse,
mais rápido alguém apareceria. Já
não sentia mais nada. Tudo começou a rodar
devagarinho. Um pouquinho de água seria bom,
mas nem pensar. Tonteira, agora? Ai meu deus! Não,
não posso! Seria o fim! Será que ela conseguiria
manter essa distância até que alguém
viesse salvá-la daquela situação
aterradora? Um movimento. Depois outro. E mais um. E
mais suor, mais medo, e ninguém chegando! Será
possível que esse pessoal não pára
de trabalhar para vir me salvar?
De repente, alguém chegou. Mas pelo amor de deus,
que cheguem devagar, pensava ela. O que eu vou fazer
se esse estado de paralisia total cessar? Alguém
vai ter que correr...quem será o primeiro? Mais
um problema.
- Minha filha! O que vc está fazendo aí
no canto da parede? - Ela tentou mostrar-lhe com o olhar,
mas de nada adiantou. Ela tentou mexer o braço,
mas não conseguia. Ele viu o medo estampado em
seu rosto e se preocupou. Veio em sua direção,
e quanto mais ele chegava, mas ela não sabia
o que fazer - Estou perdida!!! Eu vou desmaiar!
De repente, mais um passo... o ruído crocante
de algo sendo amassado.
- Que barata é essa no meio do caminho? E grande
hem! Sem querer, acabei matando a miserável!
Se eu quisesse pegá-la, ia ter que correr muito.
E aí minha filhinha, o que vc tem que está
branca feito cera? Ué, porque ela desmaiou?
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