O historiador e astrólogo Berosus
era visto com tanta consideração pelos gregos,
que lhe ergueram uma grande estátua “com a língua
de ouro maciço!”, notadamente pelo motivo de
ter realizado predições exatas.
A Astrologia foi difundida no Egito através dos ensinamentos
de Berosus, na ilha de Cos, em 330 a.C. Também é
devido a Berosus a propagação da Astrologia
entre os gregos. Os gregos levam a Astrologia a Roma onde
era utilizada pelos altos tribunos
- Berosus, sacerdote caldeu, portanto, trouxe às
regiões mediterrâneas o conhecimento sobre
Astrologia fundando a primeira escola desta arte do Ocidente.
Plínio conta que Berosus ensinou Astrologia
na ilha de Cos a estudantes que vinham de regiões distantes
para estudar Medicina.
Pelos ensinamentos de Berosus sabe-se que os antigos
caldeus conheciam a existência das Eras Astrológicas,
mesmo que não dispusessem de meios para comprovar o fenômeno
da precessão dos equinócios. Os antigos astrólogos
da Mesopotâmia acreditavam que a história da humanidade
dividia-se em períodos regidos precessivamente pelos
signos do Zodíaco.
O interesse da astrologia nos reporta desde as
práticas verificadas na China, Pérsia, Índia,
e entre os astecas. Podemos dizer que a estrutura da astrologia
chegou à Europa oriunda da chamada “sabedoria do
Oriente”, ou “luz do Oriente”.
A introdução da astrologia na Grécia
verificou-se em decorrência do contato de Alexandre, o
Grande, com a cultura da Mesopotâmia.
A relação homem e cosmo foi estabelecida,
na Grécia, por volta de 530 a.C. O estudo do mapa astral
individual, também na Grécia, teve como baluarte
a figura de Ptolomeu, no século II. Beirando o início
da Era Cristã a Universidade de Constantinopla cria a
cátedra de Astrologia.
Na Europa, em Bolonha, no ano de 1125 é
criada a cátedra de Astrologia. Os médicos eram
obrigados a ter conhecimentos de Astrologia cujo requisito era
indispensável para a formação acadêmica.
Por volta da metade do século XIII, existia
uma cadeira de Astrologia nas universidades espanholas obrigatória
para conseguir permissão para a atividade de cirurgião.
Na Europa medieval a astrologia era ensinada nas
universidades, como parte do curso de “artes” e
a distinção entre astronomia e astrologia era
muito menos definida do que viria a se tornar ao longo dos séculos
17 e 18.
Na França de Luís XIV, a Astrologia
foi banida das universidades pelo ministro Colbert, em 1666,
também presidente da Academia Francesa, por julgar que
o sistema heliocêntrico de Copérnico colocava por
terra os fundamentos básicos da disciplina.
O psicanalista Carl Gustav Jung promoveu um curso
de Astrologia no Instituto de Psicologia na Universidade de
Zurique, por volta de 1945 a 1955, curso este administrado pelo
astrólogo Frankhauser.
Jung foi o criador da teoria da sincronicidade,
cada parte é reflexo de um todo sendo a recíproca
verdadeira.
A seriedade, profissionalidade e, principalmente,
a profundidade com que o ser humano foi observado e a relação
deste com as ciências ditas “esotéricas”
por que pautou Jung foi um fator de extrema relevância
para a expansão e o interesse pela Astrologia que verificamos
nos dias atuais.
A partir do século XIII, quando o papa
Inocêncio III estabeleceu a divisão entre ciência
sagrada e ciência profana, a Astrologia iniciou um período
de declínio.
Todo conhecimento e aspiração transcendental
fora do poder e tutela da Igreja passou a ser taxado de herético
e pecaminoso.
Passou por um longo período de hibernação,
mas sobreviveu até os nossos dias, cultivada por espíritos
empreendedores que nunca deixaram cair por terra suas idéias
e ideais. O astrólogo em sua essência possui uma
natureza idealista ante as adversidades e incompreensões
a que está sujeito por parte dos menos esclarecidos ou
daqueles que se dizem esclarecidos, mas mantém o espírito
cético e combativo.
A Faculdade de Estudos Astrológicos, fundada
no ano de 1948, em Londres e a Faculdade de Artes e Ciências
Astrológicas localizada em Seattle, nos Estados Unidos,
são exemplos do interesse desta nobre arte.
Na Índia recentemente o governo anunciou
a pretensão de criar departamentos de astrologia em todas
as universidades oferecendo bacharelado, mestrado e doutorado.
A Universidade de Zaragoza, fundada em 1542, ministrou
curso denominado “El saber astrológico en Occidente:
Perspectivas”, recentemente adentrando o terceiro milênio,
onde pautou-se por uma ampla visão do conhecimento da
Astrologia em seus diversos aspectos. Essa iniciativa é
vista como o retorno da Astrologia a uma universidade espanhola.
Benedito José Paccanaro - fale
com o autor
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