A hora da Astrologia Brasileira
Por Fernando Fernandes e Carlos Hollanda

Ao entrar nas livrarias atrás de um livro de Astrologia, o que encontramos? Os indefectíveis livros de Stephen Arroyo, Liz Greene, Robert Hand (ótimos, diga-se de passagem)... e quase nada de Astrologia brasileira. Na área dos softwares, a mesma coisa: qualquer lojinha de informática poderá indicar um “ótimo” programa americano de cálculo, barato e capaz de produzir mapas bonitinhos, coloridos e já interpretados. Será mesmo? E a produção brasileira, onde se escondeu?

Na verdade ela está lá, mas nem sempre nas melhores vitrines. A lógica que comanda todo o esquema de compras e de organização de prateleiras de livrarias não é a da qualidade, mas a do mercado. O processo começa, aliás, nas editoras (com raras e honrosas exceções): é mais seguro investir na tradução de um livro que vendeu 50 mil exemplares nos Estados Unidos do que na primeira edição de um autor do interior do Rio Grande do Sul ou do Ceará cujo potencial de vendas nas grandes capitais do país é ainda uma incógnita. Por isso, muitos astrólogos nativos acabam adotando o caminho da edição independente, arcando com todos os custos de produção gráfica e com esquemas alternativos de distribuição. Esta, aliás, é a etapa mais delicada de toda a cadeia de elos entre o autor e o leitor: um livro mal distribuído acaba virando encalhe certo, além de depor contra o próprio autor, quando da tentativa de colocar no mercado o segundo livro: “Quem? João da Silva? Aquele que publicou o livro tal e não vendeu nada? Não quero saber.”

Assim, o astrólogo cai numa armadilha semelhante a que aprisiona os cineastas brasileiros num esquema vicioso: quantas semanas Central do Brasil ficou em cartaz quando de sua estréia? Na verdade, o sucesso do filme só veio com a indicação para o Oscar. Foi preciso que a Academia de Hollywood descobrisse que o filme era ótimo para despertar a curiosidade geral.

Voltando à distribuição do livro brasileiro de Astrologia: numa pesquisa informal em grandes livrarias do Rio de Janeiro e de Curitiba, constatamos que menos de 5% dos títulos à venda eram de autores nacionais. Os vendedores, na maioria, não conheciam os autores brasileiros e não sabiam indicar nenhum. Algumas obras estavam nas seções erradas, como No Céu da Pátria Neste Instante, de Barbara Abramo, que um funcionário distraído da livraria Sodiler resolveu colocar na prateleira de literatura infantil. E a única obra de Assuramaya que encontramos estava na seção de literatura árabe!

A distribuição é outro caso de polícia, inviabilizando a colocação no mercado de obras independentes ou de pequenas editoras. Um simples exemplo: já pensamos em fazer uma edição em papel dos cursos de Astroletiva, e para isso consultamos uma grande rede distribuidora de livros. A rede propôs a colocação do material de Astroletiva em mais de 200 pontos de venda da região Sul. Em troca, ficaria com apenas 65% do preço de capa. Os custos de frete estariam por nossa conta e o pagamento pelos volumes vendidos ocorreria com 60 dias de atraso. Aceitar tais condições obrigar-nos-ia, naturalmente, a elevar tanto o preço de capa que a venda se tornaria inviável.

Distribuidoras e livrarias ficam com a parte do leão, cabendo às editoras um percentual relativamente pequeno. As grandes editoras compensam tal quadro tentando investir em livros de tiragem mais elevada, que abaixam o custo unitário de cada volume. Como o mercado de Astrologia ainda é reduzido (falamos de obras especializadas para estudantes e astrólogos, não em livros de divulgação destinados ao público em geral), editar obras nesta área sempre é um risco. Soma-se ainda uma outra dificuldade: se bem que não haja estatísticas precisas, é provável que menos de 15% dos astrólogos profissionais do país viva exclusivamente de Astrologia. A imensa maioria tem outra atividade regular e trabalha com Astrologia apenas nas horas restantes. Fora das grandes capitais, por exemplo, os astrólogos em tempo integral podem ser contados nos dedos. Mesmo nos grandes centros, é preciso trabalhar muito para viver de Astrologia. Entre escrever um livro e dar uma palestra de divulgação do próprio trabalho ou atender o cliente que acabou de telefonar, o astrólogo acaba ficando com a alternativa mais prática, que dará resultados mais imediatos. Muitos bons astrólogos não se sentem incentivados a escrever. O problema não é falta de material, mas falta de tempo.

Um quadro desanimador? Nem tanto. Apesar dos percalços, a produção literária de astrólogos brasileiros tem sido significativa tanto em volume quanto em qualidade, especialmente a partir dos anos oitenta. Já podemos nos dar ao luxo de aprender Astrologia apenas com material didático nacional, freqüentar listas de discussão em português e ler publicações onde a presença de textos estrangeiros é diminuta ou mesmo nenhuma, como é o caso da própria Constelar. Mas é preciso que o público se mobilize em torno da Astrologia brasileira, de maneira a criar um mercado regular para o escoamento da produção que nasce abaixo da linha do equador. Como fazê-lo?

Seguem algumas sugestões simples e que podem ser bastante eficazes. Vamos a elas:

Sugestões para astrólogos
profissionais e professores

Muitos clientes, ao término de uma consulta, pedem indicações sobre livros ou revistas onde possam ler alguma coisa sobre Astrologia. Preparar uma pequena relação de livros, revistas e softwares brasileiros para entregar a clientes curiosos pode ser uma boa forma de divulgação.

No caso de cursos e workshops, o astrólogo-instrutor que não tenha material didático próprio pode adotar obras didáticas de outros astrólogos brasileiros, em vez de recomendar aos alunos que comprem o primeiro livro de Liz Greene que encontrem pela frente. Liz Greene é ótima, sem sombra de dúvidas. Mas é uma astróloga que pertence a outro universo cultural e econômico. A venda de seus livros no Brasil não contribui em nada para o crescimento da Astrologia nativa. É um processo de globalização de mão única, onde o mercado brasileiro é invadido por obras traduzidas sem que a recíproca ocorra. Só por curiosidade: quantos astrólogos brasileiros você acha que estão presentes em livrarias americanas?

Antes de associar-se a entidades internacionais, como AFA, ISAR e outras, que tal associar-se ao sindicato ou associação de classe mais próximos? Por que pagar anuidades em dólar quando podemos contribuir para o fortalecimento de entidades nativas?

Não distribua cópias pirateadas de softwares nacionais. Esta é a maneira mais rápida e eficaz de levar nossos desenvolvedores de programas à falência (ou à mudança de ramo) e colocar-nos de vez na dependência de programas que jamais falarão português.

Sugestões para estudantes

Boicote professores que dizem que “Astrologia brasileira não existe” ou “não presta” e que adotam a política de jamais recomendar o trabalho de colegas “para não pôr azeitona na empada do concorrente”. Além de alienada, esta atitude é provinciana, na medida em que parte do princípio de que cada novo bom astrólogo nativo é apenas mais um para dividir um mercado de trabalho que nunca crescerá. Ao contrário: o espaço da Astrologia no país cresceu muito nas duas últimas décadas (apesar da retração verificada nos últimos anos), e cresceu exatamente por causa de ações coletivas e solidárias (congressos, associações de astrólogos para formar escolas, sindicatos e publicações etc.).

Pressione as livrarias de sua cidade. Entre nelas, pergunte o que há na seção de Astrologia e, ao verificar a ausência de autores brasileiros, manifeste espanto: “Como, vocês não têm o livro de fulano de tal?” Depois do quinto ou sexto cliente que vira as costas e sai dizendo que aquela livraria “não tem nada”, certamente o livro será incluído no próximo pedido às distribuidoras.

Toda vez que você receber e-mails de lançamento de mais uma tradução de obra estrangeira, mande um “reply” para a editora ou livraria perguntando: “E os lançamentos de autores brasileiros, quando acontecerão?”

Informe-se quanto à existência de livros ou de autores nacionais ou de softwares nativos nas áreas de especialização de seu interesse.

Sugestões para todos

Dê livros e apostilas de Astrologia de autores nativos como presentes de Natal e aniversário. Há obras para todos os gostos e todos os bolsos. Dê softwares nacionais (alguns têm versões básicas extremamente acessíveis). Recuse e denuncie o produto pirata. Não contribua para sabotar a comunidade de profissionais e estudantes a que você mesmo pertence.

O que há para ler

As sugestões abaixo estão organizadas por categoria (livros, apostilas, publicações eletrônicas e softwares) e por autor, em ordem alfabética. Naturalmente, é uma relação incompleta. Se você tem mais a acrescentar, ainda é tempo. Pretendemos transformar esta lista numa campanha permanente, atualizando-a periodicamente. Os comentários são da equipe de Constelar. Os comentários de terceiros aparecem entre aspas e com o nome do autor da indicação entre parênteses.

Adonis Saliba

Astrologia Horária – a solução cósmica para os seus problemas do dia a dia (SP, Livraria Roca, 1991. 150 p.)

Trabalho introdutório organizado didaticamente, ideal para quem já tem alguma noção sobre a interpretação de cartas natais e está tendo um primeiro contato com a técnica horária. Adonis, bem virginianamente, introduz os conceitos um a um, de forma clara e compreensível, acrescentando alguns exercícios e um guia de regências.

Anna Maria da Costa Ribeiro

É a astróloga brasileira mais publicada em livro (exceção feita aos astrólogos populares, como Omar Cardoso e João Bidu). É também uma das fáceis de encontrar em livrarias. De suas várias obras, destacamos três:

Sinastria: Estudo dos Relacionamentos – Teoria e prática (RJ, Hipocampo, 1989, 298 p.)

“Apresenta o significado geral dos interaspectos presentes na comparação de cartas e inclui uma pesquisa sobre homossexualidade feminina e masculina.” (Carlos Hollanda)

Astrologia, Alcoolismo e Drogas (RJ, Hipocampo, 1987. 198 p.)

Um dos poucos livros brasileiros construído a partir de estudos de caso e entrevistas, com algumas conclusões realmente inovadoras. É o trabalho mais original de Anna Maria.

Conhecimento de Astrologia – (RJ, Hipocampo)

Antonio Carlos Siqueira Harres, num artigo sobre a história da Astrologia no Brasil, considera este livro um marco, na medida em que foi o primeiro no país a oferecer um panorama amplo da maioria das técnicas em uso.

Assuramaya

Manual de Astrologia (sem dados)

Não temos em mãos os dados bibliográficos, mas este é um dos mais antigos livros didáticos nacionais, publicado nos anos setenta e ainda encontrado nas livrarias. Simples e direto, é um material para principiantes. Assuramaya foi bastante popular nas décadas de sessenta e setenta, mantendo um programa diário na rádio Nacional do Rio de Janeiro, mas jamais foi um defensor da Astrologia fast-food baseada apenas em signos solares. Muitos astrólogos hoje em atividade passaram por seu antigo curso em Copacabana e sempre destacam o idealismo e a preocupação ética deste que é o mais antigo dos astrólogos em atividade no Rio de Janeiro. Além do Manual, Assuramaya tem diversos outros livros publicados.

Barbara Abramo

No Céu da Pátria Neste Instante (São Paulo, Terragraph, 1996. 110 p.)

Obra essencial para a compreensão da política brasileira sob uma perspectiva astrológica. Apesar de sintético, é um livro denso, resultado da reflexão de uma astróloga que é também cientista social e sabe unir com maestria suas duas vertentes de formação. Barbara é uma das poucas astrólogas brasileiras que optou pelo enfoque clássico, dedicando-se, inclusive, ao resgate de algumas esquecidas técnicas medievais. Imprescindível para quem se interessa por Astrologia Política.

Carlos Hollanda

Progressão lunar e Kabbalah: a evolução da consciência através do ciclo da Lua (São Paulo, Ed. Elevação, 1999. 390 p.).

Algumas pesquisas de Hollanda são inéditas, não só em termos de Brasil, mas também em nível internacional. Fruto de um trabalho extenso e cuidadosamente circunstanciado, este livro está destinado a ser uma das melhores referências para trabalho com progressões em língua portuguesa.

Danton de Souza

Predições Astrológicas (RJ, Ed. do Autor, 1982. 196 p.)

Livro original, em que o autor, na época com 78 anos (nasceu em 1904), apresenta os resultados de mais de meio século de pesquisas com mapas nacionais. Usando exclusivamente arcos de direção, Danton analisa fatos passados e faz prognósticos para o Brasil, Estados Unidos, França, Rússia, Alemanha, Israel e outros países. Provavelmente é o primeiro livro brasileiro exclusivamente dedicado à Astrologia Política. Esgotado e raro, pode ser encontrado em sebos, com alguma sorte. Se você achar algum, compre-o imediatamente: é provável que não haja outra chance!

Emma Costet de Mascheville

Luz e Sombra (Brasília, Ed. Teosófica, 1997. 78 p.)

Emma de Mascheville, ou Dona Emy, como era chamada, nasceu na Alemanha em 1903 e estabeleceu-se no Brasil em 1925, casando-se com um renomado astrólogo francês. Ao longo de 56 anos de prática, colecionou mais de 10 mil mapas e foi professora de toda uma geração de astrólogos hoje espalhados em vários estados brasileiros. Talvez tenha sido a professora e pesquisadora que deixou uma marca pessoal mais forte e duradoura na Astrologia do país. Luz e Sombra, apresentado como um livro de “elementos básicos de Astrologia”, é, na verdade, uma pequena obra-prima onde se destaca a análise da Santa Ceia, de Leonardo da Vinci, através da associação de cada dupla de apóstolos com uma polaridade (dois signos opostos). Leitura fácil, acessível a qualquer principiante, e ao mesmo tempo profunda pelo que representa de síntese de conhecimentos.

Getúlio Bittencourt

À Luz do Céu Profundo (RJ, Ed. Nova Era, 1998. 218 p.)

Tendo como foco central a comparação entre mapas de governantes e suas respectivas eleições e/ou posses, Getulio acabou por escrever um livro que é um verdadeiro presente para os pesquisadores, já que apresenta, pela primeira vez e a partir de fontes confiáveis, a carta natal de todos os presidentes a partir de Getúlio Vargas, além das de Pedro I e II e de algumas personalidades sempre em evidência, como Paulo Maluf e Ciro Gomes. Imperdível para interessados em Astrologia Política e na história recente do país. Getulio tem outro livro em preparo que deve ser lançado em breve, apresentando a carta de dezenas de personalidades brasileiras em várias áreas de atividade.

Jaci Fernandes

Astrologia – Ciência do equilíbrio: os astros e a obesidade (RJ, Hipocampo, 1987. 103 p.)

“O autor é engenheiro eletricista pós-graduado na Bélgica e professor em Goiânia. Participou da montagem do planetário de Goiânia e organizou o plano de iluminação da cidade. Com todos estes atributos de técnico e cientista, Jaci escreve um livro que concilia algo extremamente objetivo, que é a base da engenharia e da física, com a abordagem hermética da Astrologia, comparando a Terra a uma placenta cósmica dentro da qual o ser humano é gerado. Trabalhando com o conceito de campos eletromagnéticos, explica o modelo de funcionamento da Astrologia como um todo e o fenômeno da obesidade em particular. A obra é única na literatura brasileira, rica em estatísticas e dados factuais precisos. O prefácio é de Waldyr Bonadei Fücher.” (Carlos Hollanda)

Jaime Camaño

Astrologia Comportamental e as essências florais de Minas – Manual prático de Astrologia Médica (SP, Pensamento, 1998. 262 p.)

É o melhor manual brasileiro na área de Astrologia Médica, saudado por Otávio Azevedo, presidente do SINARJ, como “um livro que não pode faltar em nenhuma estante de astrólogo”. Com base em sua experiência de mais de quinze anos como astroterapeuta em Brasília e Curitiba, Jaime Camaño apresenta uma síntese de traços comportamentais genéricos associados a cada aspecto astrológico. As indicações de florais estão a cargo de Breno Marques da Silva e Ednamara B. Vasconcelos e Marques, a dupla de pesquisadores responsável pela pesquisa e sistematização dos Florais de Minas. Astrologia Comportamental é uma importante contribuição brasileira no campo da Astrologia Médica, estando a merecer, inclusive, tradução urgente para outros idiomas. Como manual de referência, é excelente e imprescindível.

João Acuio

Céu em Transe (Curitiba, Camaleão, 2002. 98p.)

João trabalha uma linha cultural de astrologia, fazendo viagens às vezes adocicadas, às vezes ácidas em torno de heróis dos quadrinhos, da literatura, do cinema, do teatro e também da música, como Renato Russo, vocalista do conjunto Legião Urbana. É um livro que podemos chamar de "leitura feliz" e tanto profissionais quanto estudantes vão adorar.

Luiz Carlos Teixeira de Freitas

Astrologia Clínica: um método de autoconhecimento (SP, Harmonia, 1992. 148 p.)

“Na linha de Astrologia Psicológica, é uma das melhores indicações nacionais. Após discutir as possibilidades de abordagem astrológica com finalidade terapêutica, Luiz Carlos concentra-se em alguns pontos normalmente negligenciados pela literatura especializada, como a situação de consulta e a conseqüente interação astrólogo-paciente. É muito mais um livro sobre a prática da Astrologia em consultório do que um manual sobre princípios teóricos, e aí está o seu maior mérito – além do texto fluente e agradável.” (Carlos Hollanda)

Luiz Carlos lançou também pela Pensamento O Simbolismo Astrológico e a Psique Humana.

Marcelo Baglione

Emissários da Nova Era – Marx, Bahá'u'lláh e Blavatsky na Alvorada Aquariana do Século XIX (RJ, Ed. Nova Era, 1996)

“Seu estilo lembra Dane Rudhyar. Não é exatamente um livro de Astrologia, mas uma obra que enfoca grandes transformações coletivas a partir de um enfoque astrológico e espiritualista. Não é tampouco um livro para iniciantes, se bem que sua leitura será feita com prazer por aqueles que já têm noções de esoterismo e metafísica. Numa linha semelhante, há também Avatares e a Nova Era – Estudo Astrológico Transpessoal (RJ, Ed. Hipocampo, 1991).” (Carlos Hollanda)

Márcia Mattos

O Livro da Lua (Ed. Campus, 1999)

As credenciais de Márcia Mattos como uma das professoras e conferencistas mais atuantes do Rio de Janeiro permitem recomendá-lo como uma leitura certamente útil e bem fundamentada.

Nezilda Passos

A luz brilhante do Sol (RJ, Ed. Nova Era)

“É um livro simples, de leitura fácil e agradável, que enfoca principalmente a questão dos trânsitos. Apropriado para principiantes, até bem pouco tempo não era difícil de ser encontrado em livrarias especializadas.” (Carlos Hollanda)

Paulo Duboc

Astrologia Dinâmica: ângulos e aspectos (RJ, Ed. Nova Era, 1998)

Ao lado de Carlos Hollanda, Duboc é a melhor referência brasileira para o estudo e compreensão dos pouco conhecidos aspectos menores, como o septil, o vigintil e outros. Um livro essencial na formação de qualquer astrólogo. A leitura exige um bom domínio dos conceitos fundamentais.

Metafísica do Ascendente e das Casas (RJ, Freitas Bastos, 1991)

“Tem um enfoque muito didático na explicação do Ascendente a partir de uma base metafísica. O livro não fica na superfície das receitas de bolo sobre o Ascendente, mas vai nas origens, buscando na filosofia platônica a matriz de alguns conhecimentos que desembocaram nos conceitos astrológicos de Ascendente e de Casas. A leitura exige um prévio conhecimento de Astrologia. Não é para iniciantes.” (Carlos Hollanda)

Ronaldo Castro

Saber do Céu (sem dados)

Ronaldo Castro é pernambucano e integrante do sindicato local. Não conseguimos as referências de seu livro, mas o autor tem outros textos excelentes e grande preocupação com o rigor conceitual. Vale a pena conferir.

Valdenir Benedetti

Textos Planetários (SP, Ed. do Autor, 1997. 248 p.)

Com seu peculiar estilo leve e instigante, Valdenir traça uma inteligente descrição dos signos solares, num livro que pode ser lido com o mesmo interesse por leigos e profissionais.

Magda Vila e Paula Falcão

Focalização de Jogos em T&D (SP, 2002)

As autoras acabam de lançar o livro em agosto de 2002. Ainda não temos referências sobre o trabalho, mas o mesmo promete ser de grande importância para a bibliografia astrológica brasileira.

Apostilas

Hélio Amorim - Apostilas de Astrologia (série completa com diversos volumes). (SP, Ed. do Autor, várias datas a partir dos anos 70).

“Hélio Amorim é o protótipo do professor. Suas apostilas são essencialmente didáticas, apresentando os princípios da Astrologia de maneira sistemática e clara. Era o material utilizado pelo autor em seus cursos em São Paulo, mas pode ser lido sem dificuldades por iniciantes, desde que se comece pelo princípio. São volumes difíceis de achar, alguns deles publicados há mais de vinte anos, ainda no tempo dos textos datilografados em máquina IBM. Podem ser encontrados na Regulus, em São Paulo. É outro trabalho que se você puder obter, corra, antes que desapareça.” (Carlos Hollanda)

Coletâneas

Astrologia Hoje – Métodos e Propostas (SP, Massao Ohno Editor, 1985. 157 p.)

Coletânea de artigos de Anna Maria da Costa Ribeiro, Christina Bastos Tigre, Cid de Oliveira, Clovis Peres, Eduardo Maia, Elisa Guerra M. Campos, Jorge Biolchini, Luís César Ebraico, Luiz Henrique F. de Carvalho, Lydia Vainer, Maria Eugênia de Castro, Miguel Etcheparre, Olavo de Carvalho, Sonia Maria de Lima, Therezinha Gouveia, Valdenir Benedetti, Waldir B. Fücher e Wanderley Verlini.

Trata-se de um trabalho que, em vez de adotar um tema comum, deixa cada autor livre para enveredar por um diferente caminho, mostrando a efervescência da Astrologia brasileira em meados da década de oitenta. Alguns artigos são brilhantes e deixam um gosto de “quero mais”.

Possibilidades terapêuticas da Astrologia (RJ, Hipocampo, 1986. 178 p.)

Com assessoria editorial de Valdenir Benedetti e artigos de Anna Maria da Costa Ribeiro, Beatriz Machado, Christina Bastos Tigre, Cláudia Castelo Branco, Cláudia Lisboa, Elifas Alves, Elizabeth C. G. de Carvalho, Jorge Biolchini, Juan Alfredo C. Müller, Júlio César P. Lima, Luiz Henrique F. de Carvalho, Nadja Nicolau e Therezinha Gouveia.

A coletânea, da qual participam psicólogos como o já falecido Juan Müller, que foi pioneiro na criação de um curso de extensão universitária de Astrologia, e o homeopata carioca Jorge Biolchini, dá uma panorâmica das diversas possibilidades de aplicação da Astrologia no campo da psicoterapia e da medicina. É um excelente ponto de partida para quem deseja explorar esta rica interface transdisciplinar.

Jornais e Revistas

Universus – editado pelo Astro*Timing, Centro Astrológico do Rio de Janeiro (Otávio Azevedo, Paula Salotti e equipe)

Circulando desde 1994, Universus é um caso raro de publicação independente que conseguiu sobreviver e firmar-se no mercado, criando um público fiel. A distribuição no Rio de Janeiro é gratuita e, para outras cidades, o envio é feito por assinatura (extremamente em conta, diga-se de passagem). Universus adota uma linha de artigos curtos e temática variada, dando destaque às colaborações de astrólogos brasileiros. Vem cumprindo um papel importante como veículo de contato da comunidade astrológica e de formação de novos públicos. O tratamento gráfico é primoroso e todo o projeto é altamente profissional.

Júpiter – Produzida no início dos anos oitenta, esta revista independente foi um dos pontos altos da Astrologia brasileira, contando com colaboradores como Olavo de Carvalho, Emma Costet de Mascheville, Antonio Carlos Siqueira Harres e outros do mesmo nível. Encontrá-la hoje é uma raridade. Se descobrir alguma, dê de presente... para você mesmo!

Astrologia Hoje – Editada em meados dos anos oitenta, a revista teve curta duração, mas caracterizou-se pelo bom nível dos articulistas e colaboradores. Pode ser encontrada em sebos e a maioria dos textos permanece bastante atual.

Softwares de cálculo

Canopus Astrologia 98 Win (desenvolvido por Floriano Caldeira Possamai, Nexo Informática, São Francisco do Sul, SC)

Pegasus 2000 Windows (desenvolvido por Paulo de Tarso Ferreira, Hocus Pocus, São Paulo)

Vega-Plus (desenvolvido por Amauri Magagna, Viraj, São Paulo)

Cada um destes programas tem seus próprios pontos fortes, e a escolha depende das necessidades e do perfil do usuário. Fábio Furrier, astrólogo brasiliense, prefere o VegaPlus, afirmando que “é um programa nacional que tem uma concepção gráfica de definição de altíssima qualidade. Vale a pena conhecer.” Jaime Camaño, de Curitiba, defende o Pegasus “pela simplicidade das telas e pela facilidade de localizar cada um dos recursos, o que poupa muito tempo para o astrólogo que atende com o mapa na tela”. Já Fernando Fernandes, editor de Constelar, encontra no Canopus um recurso excelente, que é “a interação com outros programas, permitindo, por exemplo, exportar o mapa para o corpo de uma apostila ou enviá-lo como metafile para alguém que não tenha o programa instalado.” O Canopus ainda tem uma grande vantagem para portadores de deficiência visual. Segundo nos informa entusiasticamente uma participante dos cursos de Astroletiva que é cega, o programa Canopus permite a leitura dos glifos e demais símbolos do desenho do mapa pelos programas apropriados. Ponto para Floriano Caldeira, o criador do programa, e um verdadeiro gol de placa para nossos colegas com deficiência visual! De qualquer forma, todos os programas estão de parabéns.

Mas o que eles têm em comum? São apresentados em português (incluindo os respectivos manuais), têm suporte em português, até mesmo por telefone, e não deixam nada a dever a seus congêneres estrangeiros. Mas, como afirma Alexandre Fücher, da Regulus de São Paulo: “Mesmo para quem vende ou produz, a divulgação é cara, pois a venda é pequena, além do fato que, em muitos casos, a pirataria é amplamente utilizada entre nossos colegas, sem respeito a quem os desenvolve.”

Versões demo e especificações técnicas do Pegasus, do Canopus e do Vega podem ser baixada na HP da Regulus, de São Paulo, que é revendedora de todos os três, aliás. Visite o site http://www.regulus.com.br ou solicite mais informações pelo e-mail alex@regulus.com.br.

Publicações virtuais

Constelar – Em volume e profundidade dos artigos, assim como em variedade de autores, é hoje o site com o mais completo acervo de pesquisas na área de Astrologia em língua portuguesa. Sem fazer concessões à Astrologia “fácil”, Constelar tem um público bastante especializado, formado principalmente por astrólogos e estudantes. Outra característica única é a ênfase em matérias jornalísticas, comentando astrologicamente os grandes acontecimentos do país e do mundo.

Meio do Céu – Criado pela astróloga carioca Cláudia Araújo e mantido por ela em parceria com Valdenir Benedetti, é a melhor referência em Astrologia Psicológica e em enfoques junguianos aplicados às artes divinatórias.

Porto do Céu – Produzida pela jornalista pernambucana Roberta Tótora, Porto do Céu tornou-se rapidamente um fenômeno em número de acessos: 4 mil por dia, 120 mil por mês. É hoje um dos mais eficientes canais de difusão de informação astrológica no país, privilegiando o processo de formação de novos públicos.

Urania & Vila Bol – Barbara Abramo é a responsável por dois sites, ambos excelentes: o Urania, hospedado no UOL, e a seção de Astrologia do BOL. O forte deste último são as análises de personalidades do mundo das artes e dos esportes, enquanto o Urania tem muita informação teórica de primeira qualidade. São sites voltados para o grande público, mas sem concessões popularescas.

Astro-Síntese – Contos & Cia – Carlos Hollanda propõe uma síntese entre o estudo das ciências humanas, a astrologia, projetos artísticos e literários. Além de artigos sobre astrologia que mantém em parceria com a revista Constelar, Hollanda inclui trabalhos acadêmicos sobre Antropologia, História e Psicologia. É um site livre e flexível que explora as possibilidades de mesclagem entre símbolos e percepções de diversas linhas filosóficas. Na seção de contos, vários autores de talento apresentam cenas, situações e personagens passíveis de descrição astrológica. E isto é feito em cursos do Sistema Astroletiva de Ensino. A seção Arte & Cia. deste site trabalha a união entre astrologia, artes visuais, literatura e teatro. Incentiva a pesquisa ao fornecer dados de pessoas que se dedicam à produção da cultura no país, sempre num tom leve e bem-humorado.

Aproveite e dê uma olhada em nossa página de
divulgação de livros, que logo terá mais imagens e sinopses.