- A hora da Astrologia Brasileira
Por Fernando Fernandes e Carlos Hollanda
Ao entrar nas livrarias atrás de um livro
de Astrologia, o que encontramos? Os indefectíveis
livros de Stephen Arroyo, Liz Greene, Robert Hand (ótimos,
diga-se de passagem)... e quase nada de Astrologia brasileira.
Na área dos softwares, a mesma coisa: qualquer lojinha
de informática poderá indicar um “ótimo”
programa americano de cálculo, barato e capaz de produzir
mapas bonitinhos, coloridos e já interpretados. Será
mesmo? E a produção brasileira, onde se escondeu?
Na verdade ela está lá, mas nem
sempre nas melhores vitrines. A lógica que comanda
todo o esquema de compras e de organização de
prateleiras de livrarias não é a da qualidade,
mas a do mercado. O processo começa,
aliás, nas editoras (com raras e honrosas exceções):
é mais seguro investir na tradução de
um livro que vendeu 50 mil exemplares nos Estados Unidos do
que na primeira edição de um autor do interior
do Rio Grande do Sul ou do Ceará cujo potencial de
vendas nas grandes capitais do país é ainda
uma incógnita. Por isso, muitos astrólogos nativos
acabam adotando o caminho da edição independente,
arcando com todos os custos de produção gráfica
e com esquemas alternativos de distribuição.
Esta, aliás, é a etapa mais delicada de toda
a cadeia de elos entre o autor e o leitor: um livro mal distribuído
acaba virando encalhe certo, além de depor contra o
próprio autor, quando da tentativa de colocar no mercado
o segundo livro: “Quem? João da Silva? Aquele
que publicou o livro tal e não vendeu nada?
Não quero saber.”
Assim, o astrólogo cai numa armadilha
semelhante a que aprisiona os cineastas brasileiros num esquema
vicioso: quantas semanas Central do Brasil ficou
em cartaz quando de sua estréia? Na verdade, o sucesso
do filme só veio com a indicação para
o Oscar. Foi preciso que a Academia de Hollywood descobrisse
que o filme era ótimo para despertar a curiosidade
geral.
Voltando à distribuição
do livro brasileiro de Astrologia: numa pesquisa informal
em grandes livrarias do Rio de Janeiro e de Curitiba, constatamos
que menos de 5% dos títulos à venda eram de
autores nacionais. Os vendedores, na maioria, não conheciam
os autores brasileiros e não sabiam indicar nenhum.
Algumas obras estavam nas seções erradas, como
No Céu da Pátria Neste Instante, de
Barbara Abramo, que um funcionário distraído
da livraria Sodiler resolveu colocar na prateleira de literatura
infantil. E a única obra de Assuramaya que encontramos
estava na seção de literatura árabe!
A distribuição é outro
caso de polícia, inviabilizando a colocação
no mercado de obras independentes ou de pequenas editoras.
Um simples exemplo: já pensamos em fazer uma edição
em papel dos cursos de Astroletiva, e para
isso consultamos uma grande rede distribuidora de livros.
A rede propôs a colocação do material
de Astroletiva em mais de 200 pontos de venda
da região Sul. Em troca, ficaria com apenas 65% do
preço de capa. Os custos de frete estariam por nossa
conta e o pagamento pelos volumes vendidos ocorreria com 60
dias de atraso. Aceitar tais condições obrigar-nos-ia,
naturalmente, a elevar tanto o preço de capa que a
venda se tornaria inviável.
Distribuidoras e livrarias ficam com a parte
do leão, cabendo às editoras um percentual relativamente
pequeno. As grandes editoras compensam tal quadro tentando
investir em livros de tiragem mais elevada, que abaixam o
custo unitário de cada volume. Como o mercado de Astrologia
ainda é reduzido (falamos de obras especializadas para
estudantes e astrólogos, não em livros de divulgação
destinados ao público em geral), editar obras nesta
área sempre é um risco. Soma-se ainda uma outra
dificuldade: se bem que não haja estatísticas
precisas, é provável que menos de 15% dos astrólogos
profissionais do país viva exclusivamente de Astrologia.
A imensa maioria tem outra atividade regular e trabalha com
Astrologia apenas nas horas restantes. Fora das grandes capitais,
por exemplo, os astrólogos em tempo integral podem
ser contados nos dedos. Mesmo nos grandes centros, é
preciso trabalhar muito para viver de Astrologia. Entre escrever
um livro e dar uma palestra de divulgação do
próprio trabalho ou atender o cliente que acabou de
telefonar, o astrólogo acaba ficando com a alternativa
mais prática, que dará resultados mais imediatos.
Muitos bons astrólogos não se sentem incentivados
a escrever. O problema não é falta de material,
mas falta de tempo.
Um quadro desanimador? Nem tanto. Apesar dos
percalços, a produção literária
de astrólogos brasileiros tem sido significativa tanto
em volume quanto em qualidade, especialmente a partir dos
anos oitenta. Já podemos nos dar ao luxo de aprender
Astrologia apenas com material didático nacional, freqüentar
listas de discussão em português e ler publicações
onde a presença de textos estrangeiros é diminuta
ou mesmo nenhuma, como é o caso da própria Constelar.
Mas é preciso que o público se mobilize em torno
da Astrologia brasileira, de maneira a criar um mercado regular
para o escoamento da produção que nasce abaixo
da linha do equador. Como fazê-lo?
Seguem algumas sugestões simples e que
podem ser bastante eficazes. Vamos a elas:
Sugestões
para astrólogos
profissionais e professores
Muitos clientes, ao término de uma consulta,
pedem indicações sobre livros ou revistas onde
possam ler alguma coisa sobre Astrologia. Preparar uma pequena
relação de livros, revistas e softwares brasileiros
para entregar a clientes curiosos pode ser uma boa forma de
divulgação.
No caso de cursos e workshops, o astrólogo-instrutor
que não tenha material didático próprio
pode adotar obras didáticas de outros astrólogos
brasileiros, em vez de recomendar aos alunos que comprem o
primeiro livro de Liz Greene que encontrem pela frente. Liz
Greene é ótima, sem sombra de dúvidas.
Mas é uma astróloga que pertence a outro universo
cultural e econômico. A venda de seus livros no Brasil
não contribui em nada para o crescimento da Astrologia
nativa. É um processo de globalização
de mão única, onde o mercado brasileiro é
invadido por obras traduzidas sem que a recíproca ocorra.
Só por curiosidade: quantos astrólogos brasileiros
você acha que estão presentes em livrarias americanas?
Antes de associar-se a entidades internacionais,
como AFA, ISAR e outras, que tal associar-se ao sindicato
ou associação de classe mais próximos?
Por que pagar anuidades em dólar quando podemos contribuir
para o fortalecimento de entidades nativas?
Não distribua cópias pirateadas de softwares
nacionais. Esta é a maneira mais rápida e eficaz
de levar nossos desenvolvedores de programas à falência
(ou à mudança de ramo) e colocar-nos de vez
na dependência de programas que jamais falarão
português.
Sugestões
para estudantes
Boicote professores que dizem que “Astrologia
brasileira não existe” ou “não presta”
e que adotam a política de jamais recomendar o trabalho
de colegas “para não pôr azeitona na empada
do concorrente”. Além de alienada, esta atitude
é provinciana, na medida em que parte do princípio
de que cada novo bom astrólogo nativo é apenas
mais um para dividir um mercado de trabalho que nunca crescerá.
Ao contrário: o espaço da Astrologia no país
cresceu muito nas duas últimas décadas (apesar
da retração verificada nos últimos anos),
e cresceu exatamente por causa de ações coletivas
e solidárias (congressos, associações
de astrólogos para formar escolas, sindicatos e publicações
etc.).
Pressione as livrarias de sua cidade. Entre
nelas, pergunte o que há na seção de
Astrologia e, ao verificar a ausência de autores brasileiros,
manifeste espanto: “Como, vocês não têm
o livro de fulano de tal?” Depois do quinto ou sexto
cliente que vira as costas e sai dizendo que aquela livraria
“não tem nada”, certamente o livro será
incluído no próximo pedido às distribuidoras.
Toda vez que você receber e-mails de lançamento
de mais uma tradução de obra estrangeira, mande
um “reply” para a editora ou livraria perguntando:
“E os lançamentos de autores brasileiros, quando
acontecerão?”
Informe-se quanto à existência
de livros ou de autores nacionais ou de softwares nativos
nas áreas de especialização de seu interesse.
Sugestões
para todos
Dê livros e apostilas de Astrologia de
autores nativos como presentes de Natal e aniversário.
Há obras para todos os gostos e todos os bolsos. Dê
softwares nacionais (alguns têm versões básicas
extremamente acessíveis). Recuse e denuncie o produto
pirata. Não contribua para sabotar a comunidade de
profissionais e estudantes a que você mesmo pertence.
O que
há para ler
As sugestões abaixo estão organizadas
por categoria (livros, apostilas, publicações
eletrônicas e softwares) e por autor, em ordem alfabética.
Naturalmente, é uma relação incompleta.
Se você tem mais a acrescentar, ainda é tempo.
Pretendemos transformar esta lista numa campanha permanente,
atualizando-a periodicamente. Os comentários são
da equipe de Constelar. Os comentários de terceiros
aparecem entre aspas e com o nome do autor da indicação
entre parênteses.
Adonis Saliba
Astrologia Horária – a
solução cósmica para os seus problemas
do dia a dia (SP, Livraria Roca, 1991. 150 p.)
Trabalho introdutório organizado didaticamente,
ideal para quem já tem alguma noção sobre
a interpretação de cartas natais e está
tendo um primeiro contato com a técnica horária.
Adonis, bem virginianamente, introduz os conceitos um a um,
de forma clara e compreensível, acrescentando alguns
exercícios e um guia de regências.
Anna Maria da Costa Ribeiro
É a astróloga brasileira mais
publicada em livro (exceção feita aos astrólogos
populares, como Omar Cardoso e João Bidu). É
também uma das fáceis de encontrar em livrarias.
De suas várias obras, destacamos três:
Sinastria: Estudo dos Relacionamentos
– Teoria e prática (RJ, Hipocampo, 1989, 298
p.)
“Apresenta o significado geral dos interaspectos
presentes na comparação de cartas e inclui uma
pesquisa sobre homossexualidade feminina e masculina.”
(Carlos Hollanda)
Astrologia, Alcoolismo e Drogas (RJ,
Hipocampo, 1987. 198 p.)
Um dos poucos livros brasileiros construído
a partir de estudos de caso e entrevistas, com algumas conclusões
realmente inovadoras. É o trabalho mais original de
Anna Maria.
Conhecimento de Astrologia – (RJ,
Hipocampo)
Antonio Carlos Siqueira Harres, num artigo sobre
a história da Astrologia no Brasil, considera este
livro um marco, na medida em que foi o primeiro no país
a oferecer um panorama amplo da maioria das técnicas
em uso.
Assuramaya
Manual de Astrologia (sem dados)
Não temos em mãos os dados bibliográficos,
mas este é um dos mais antigos livros didáticos
nacionais, publicado nos anos setenta e ainda encontrado nas
livrarias. Simples e direto, é um material para principiantes.
Assuramaya foi bastante popular nas décadas de sessenta
e setenta, mantendo um programa diário na rádio
Nacional do Rio de Janeiro, mas jamais foi um defensor da
Astrologia fast-food baseada apenas em signos solares. Muitos
astrólogos hoje em atividade passaram por seu antigo
curso em Copacabana e sempre destacam o idealismo e a preocupação
ética deste que é o mais antigo dos astrólogos
em atividade no Rio de Janeiro. Além do Manual, Assuramaya
tem diversos outros livros publicados.
Barbara Abramo
No Céu da Pátria Neste
Instante (São Paulo, Terragraph, 1996. 110 p.)
Obra essencial para a compreensão da
política brasileira sob uma perspectiva astrológica.
Apesar de sintético, é um livro denso, resultado
da reflexão de uma astróloga que é também
cientista social e sabe unir com maestria suas duas vertentes
de formação. Barbara é uma das poucas
astrólogas brasileiras que optou pelo enfoque clássico,
dedicando-se, inclusive, ao resgate de algumas esquecidas
técnicas medievais. Imprescindível para quem
se interessa por Astrologia Política.
Carlos Hollanda
Progressão lunar e Kabbalah:
a evolução da consciência através
do ciclo da Lua (São Paulo, Ed. Elevação,
1999. 390 p.).
Algumas pesquisas de Hollanda são inéditas,
não só em termos de Brasil, mas também
em nível internacional. Fruto de um trabalho extenso
e cuidadosamente circunstanciado, este livro está destinado
a ser uma das melhores referências para trabalho com
progressões em língua portuguesa.
Danton de Souza
Predições Astrológicas
(RJ, Ed. do Autor, 1982. 196 p.)
Livro original, em que o autor, na época
com 78 anos (nasceu em 1904), apresenta os resultados de mais
de meio século de pesquisas com mapas nacionais. Usando
exclusivamente arcos de direção, Danton analisa
fatos passados e faz prognósticos para o Brasil, Estados
Unidos, França, Rússia, Alemanha, Israel e outros
países. Provavelmente é o primeiro livro brasileiro
exclusivamente dedicado à Astrologia Política.
Esgotado e raro, pode ser encontrado em sebos, com alguma
sorte. Se você achar algum, compre-o imediatamente:
é provável que não haja outra chance!
Emma Costet de Mascheville
Luz e Sombra (Brasília, Ed. Teosófica,
1997. 78 p.)
Emma de Mascheville, ou Dona Emy, como era chamada,
nasceu na Alemanha em 1903 e estabeleceu-se no Brasil em 1925,
casando-se com um renomado astrólogo francês.
Ao longo de 56 anos de prática, colecionou mais de
10 mil mapas e foi professora de toda uma geração
de astrólogos hoje espalhados em vários estados
brasileiros. Talvez tenha sido a professora e pesquisadora
que deixou uma marca pessoal mais forte e duradoura na Astrologia
do país. Luz e Sombra, apresentado como um livro de
“elementos básicos de Astrologia”, é,
na verdade, uma pequena obra-prima onde se destaca a análise
da Santa Ceia, de Leonardo da Vinci, através da associação
de cada dupla de apóstolos com uma polaridade (dois
signos opostos). Leitura fácil, acessível a
qualquer principiante, e ao mesmo tempo profunda pelo que
representa de síntese de conhecimentos.
Getúlio Bittencourt
À Luz do Céu Profundo
(RJ, Ed. Nova Era, 1998. 218 p.)
Tendo como foco central a comparação
entre mapas de governantes e suas respectivas eleições
e/ou posses, Getulio acabou por escrever um livro que é
um verdadeiro presente para os pesquisadores, já que
apresenta, pela primeira vez e a partir de fontes confiáveis,
a carta natal de todos os presidentes a partir de Getúlio
Vargas, além das de Pedro I e II e de algumas personalidades
sempre em evidência, como Paulo Maluf e Ciro Gomes.
Imperdível para interessados em Astrologia Política
e na história recente do país. Getulio tem outro
livro em preparo que deve ser lançado em breve, apresentando
a carta de dezenas de personalidades brasileiras em várias
áreas de atividade.
Jaci Fernandes
Astrologia – Ciência do
equilíbrio: os astros e a obesidade (RJ, Hipocampo,
1987. 103 p.)
“O autor é engenheiro eletricista
pós-graduado na Bélgica e professor em Goiânia.
Participou da montagem do planetário de Goiânia
e organizou o plano de iluminação da cidade.
Com todos estes atributos de técnico e cientista, Jaci
escreve um livro que concilia algo extremamente objetivo,
que é a base da engenharia e da física, com
a abordagem hermética da Astrologia, comparando a Terra
a uma placenta cósmica dentro da qual o ser humano
é gerado. Trabalhando com o conceito de campos eletromagnéticos,
explica o modelo de funcionamento da Astrologia como um todo
e o fenômeno da obesidade em particular. A obra é
única na literatura brasileira, rica em estatísticas
e dados factuais precisos. O prefácio é de Waldyr
Bonadei Fücher.” (Carlos Hollanda)
Jaime Camaño
Astrologia Comportamental e as essências
florais de Minas – Manual prático de Astrologia
Médica (SP, Pensamento, 1998. 262 p.)
É o melhor manual brasileiro na área
de Astrologia Médica, saudado por Otávio Azevedo,
presidente do SINARJ, como “um livro que não
pode faltar em nenhuma estante de astrólogo”.
Com base em sua experiência de mais de quinze anos como
astroterapeuta em Brasília e Curitiba, Jaime Camaño
apresenta uma síntese de traços comportamentais
genéricos associados a cada aspecto astrológico.
As indicações de florais estão a cargo
de Breno Marques da Silva e Ednamara B. Vasconcelos e Marques,
a dupla de pesquisadores responsável pela pesquisa
e sistematização dos Florais de Minas. Astrologia
Comportamental é uma importante contribuição
brasileira no campo da Astrologia Médica, estando a
merecer, inclusive, tradução urgente para outros
idiomas. Como manual de referência, é excelente
e imprescindível.
João Acuio
Céu em Transe (Curitiba, Camaleão,
2002. 98p.)
João trabalha uma linha cultural de astrologia,
fazendo viagens às vezes adocicadas, às vezes
ácidas em torno de heróis dos quadrinhos, da
literatura, do cinema, do teatro e também da música,
como Renato Russo, vocalista do conjunto Legião Urbana.
É um livro que podemos chamar de "leitura feliz"
e tanto profissionais quanto estudantes vão adorar.
Luiz Carlos Teixeira de Freitas
Astrologia Clínica: um método
de autoconhecimento (SP, Harmonia, 1992. 148 p.)
“Na linha de Astrologia Psicológica,
é uma das melhores indicações nacionais.
Após discutir as possibilidades de abordagem astrológica
com finalidade terapêutica, Luiz Carlos concentra-se
em alguns pontos normalmente negligenciados pela literatura
especializada, como a situação de consulta e
a conseqüente interação astrólogo-paciente.
É muito mais um livro sobre a prática da Astrologia
em consultório do que um manual sobre princípios
teóricos, e aí está o seu maior mérito
– além do texto fluente e agradável.”
(Carlos Hollanda)
Luiz Carlos lançou também pela
Pensamento O Simbolismo Astrológico e a Psique
Humana.
Marcelo Baglione
Emissários da Nova Era –
Marx, Bahá'u'lláh e Blavatsky na Alvorada Aquariana
do Século XIX (RJ, Ed. Nova Era, 1996)
“Seu estilo lembra Dane Rudhyar. Não
é exatamente um livro de Astrologia, mas uma obra que
enfoca grandes transformações coletivas a partir
de um enfoque astrológico e espiritualista. Não
é tampouco um livro para iniciantes, se bem que sua
leitura será feita com prazer por aqueles que já
têm noções de esoterismo e metafísica.
Numa linha semelhante, há também Avatares e
a Nova Era – Estudo Astrológico Transpessoal
(RJ, Ed. Hipocampo, 1991).” (Carlos Hollanda)
Márcia Mattos
O Livro da Lua (Ed. Campus, 1999)
As credenciais de Márcia Mattos como
uma das professoras e conferencistas mais atuantes do Rio
de Janeiro permitem recomendá-lo como uma leitura certamente
útil e bem fundamentada.
Nezilda Passos
A luz brilhante do Sol (RJ, Ed. Nova
Era)
“É um livro simples, de leitura fácil
e agradável, que enfoca principalmente a questão
dos trânsitos. Apropriado para principiantes, até
bem pouco tempo não era difícil de ser encontrado
em livrarias especializadas.” (Carlos Hollanda)
Paulo Duboc
Astrologia Dinâmica: ângulos
e aspectos (RJ, Ed. Nova Era, 1998)
Ao lado de Carlos Hollanda, Duboc é a
melhor referência brasileira para o estudo e compreensão
dos pouco conhecidos aspectos menores, como o septil, o vigintil
e outros. Um livro essencial na formação de
qualquer astrólogo. A leitura exige um bom domínio
dos conceitos fundamentais.
Metafísica do Ascendente e das
Casas (RJ, Freitas Bastos, 1991)
“Tem um enfoque muito didático
na explicação do Ascendente a partir de uma
base metafísica. O livro não fica na superfície
das receitas de bolo sobre o Ascendente, mas vai nas origens,
buscando na filosofia platônica a matriz de alguns conhecimentos
que desembocaram nos conceitos astrológicos de Ascendente
e de Casas. A leitura exige um prévio conhecimento
de Astrologia. Não é para iniciantes.”
(Carlos Hollanda)
Ronaldo Castro
Saber do Céu (sem dados)
Ronaldo Castro é pernambucano e integrante
do sindicato local. Não conseguimos as referências
de seu livro, mas o autor tem outros textos excelentes e grande
preocupação com o rigor conceitual. Vale a pena
conferir.
Valdenir Benedetti
Textos Planetários (SP, Ed. do
Autor, 1997. 248 p.)
Com seu peculiar estilo leve e instigante, Valdenir
traça uma inteligente descrição dos signos
solares, num livro que pode ser lido com o mesmo interesse
por leigos e profissionais.
Magda Vila e Paula Falcão
Focalização de Jogos em
T&D (SP, 2002)
As autoras acabam de lançar o livro em
agosto de 2002. Ainda não temos referências sobre
o trabalho, mas o mesmo promete ser de grande importância
para a bibliografia astrológica brasileira.
Apostilas
Hélio Amorim - Apostilas
de Astrologia (série completa com diversos volumes).
(SP, Ed. do Autor, várias datas a partir dos anos 70).
“Hélio Amorim é o protótipo
do professor. Suas apostilas são essencialmente didáticas,
apresentando os princípios da Astrologia de maneira
sistemática e clara. Era o material utilizado pelo
autor em seus cursos em São Paulo, mas pode ser lido
sem dificuldades por iniciantes, desde que se comece pelo
princípio. São volumes difíceis de achar,
alguns deles publicados há mais de vinte anos, ainda
no tempo dos textos datilografados em máquina IBM.
Podem ser encontrados na Regulus, em São Paulo. É
outro trabalho que se você puder obter, corra, antes
que desapareça.” (Carlos Hollanda)
Coletâneas
Astrologia Hoje – Métodos
e Propostas (SP, Massao Ohno Editor, 1985. 157 p.)
Coletânea de artigos de Anna Maria da
Costa Ribeiro, Christina Bastos Tigre, Cid de Oliveira, Clovis
Peres, Eduardo Maia, Elisa Guerra M. Campos, Jorge Biolchini,
Luís César Ebraico, Luiz Henrique F. de Carvalho,
Lydia Vainer, Maria Eugênia de Castro, Miguel Etcheparre,
Olavo de Carvalho, Sonia Maria de Lima, Therezinha Gouveia,
Valdenir Benedetti, Waldir B. Fücher e Wanderley Verlini.
Trata-se de um trabalho que, em vez de adotar
um tema comum, deixa cada autor livre para enveredar por um
diferente caminho, mostrando a efervescência da Astrologia
brasileira em meados da década de oitenta. Alguns artigos
são brilhantes e deixam um gosto de “quero mais”.
Possibilidades terapêuticas da
Astrologia (RJ, Hipocampo, 1986. 178 p.)
Com assessoria editorial de Valdenir Benedetti
e artigos de Anna Maria da Costa Ribeiro, Beatriz Machado,
Christina Bastos Tigre, Cláudia Castelo Branco, Cláudia
Lisboa, Elifas Alves, Elizabeth C. G. de Carvalho, Jorge Biolchini,
Juan Alfredo C. Müller, Júlio César P.
Lima, Luiz Henrique F. de Carvalho, Nadja Nicolau e Therezinha
Gouveia.
A coletânea, da qual participam psicólogos
como o já falecido Juan Müller, que foi pioneiro
na criação de um curso de extensão universitária
de Astrologia, e o homeopata carioca Jorge Biolchini, dá
uma panorâmica das diversas possibilidades de aplicação
da Astrologia no campo da psicoterapia e da medicina. É
um excelente ponto de partida para quem deseja explorar esta
rica interface transdisciplinar.
Jornais
e Revistas
Universus
– editado pelo Astro*Timing, Centro Astrológico
do Rio de Janeiro (Otávio Azevedo, Paula Salotti e
equipe)
Circulando desde 1994, Universus é um
caso raro de publicação independente que conseguiu
sobreviver e firmar-se no mercado, criando um público
fiel. A distribuição no Rio de Janeiro é
gratuita e, para outras cidades, o envio é feito por
assinatura (extremamente em conta, diga-se de passagem). Universus
adota uma linha de artigos curtos e temática variada,
dando destaque às colaborações de astrólogos
brasileiros. Vem cumprindo um papel importante como veículo
de contato da comunidade astrológica e de formação
de novos públicos. O tratamento gráfico é
primoroso e todo o projeto é altamente profissional.
Júpiter
– Produzida no início dos anos oitenta, esta
revista independente foi um dos pontos altos da Astrologia
brasileira, contando com colaboradores como Olavo de Carvalho,
Emma Costet de Mascheville, Antonio Carlos Siqueira Harres
e outros do mesmo nível. Encontrá-la hoje é
uma raridade. Se descobrir alguma, dê de presente...
para você mesmo!
Astrologia Hoje
– Editada em meados dos anos oitenta, a revista teve
curta duração, mas caracterizou-se pelo bom
nível dos articulistas e colaboradores. Pode ser encontrada
em sebos e a maioria dos textos permanece bastante atual.
Softwares
de cálculo
Canopus Astrologia
98 Win (desenvolvido por Floriano Caldeira
Possamai, Nexo Informática, São Francisco do
Sul, SC)
Pegasus 2000 Windows
(desenvolvido por Paulo de Tarso Ferreira, Hocus Pocus, São
Paulo)
Vega-Plus
(desenvolvido por Amauri Magagna, Viraj, São Paulo)
Cada um destes programas tem seus próprios
pontos fortes, e a escolha depende das necessidades e do perfil
do usuário. Fábio Furrier, astrólogo
brasiliense, prefere o VegaPlus, afirmando que “é
um programa nacional que tem uma concepção gráfica
de definição de altíssima qualidade.
Vale a pena conhecer.” Jaime Camaño, de Curitiba,
defende o Pegasus “pela simplicidade das telas e pela
facilidade de localizar cada um dos recursos, o que poupa
muito tempo para o astrólogo que atende com o mapa
na tela”. Já Fernando Fernandes, editor de Constelar,
encontra no Canopus um recurso excelente, que é “a
interação com outros programas, permitindo,
por exemplo, exportar o mapa para o corpo de uma apostila
ou enviá-lo como metafile para alguém que não
tenha o programa instalado.” O Canopus ainda
tem uma grande vantagem para portadores de deficiência
visual. Segundo nos informa entusiasticamente uma
participante dos cursos de Astroletiva que é cega,
o programa Canopus permite a leitura dos glifos e demais símbolos
do desenho do mapa pelos programas apropriados. Ponto para
Floriano Caldeira, o criador do programa, e um verdadeiro
gol de placa para nossos colegas com deficiência visual!
De qualquer forma, todos os programas estão de parabéns.
Mas o que eles têm em comum? São apresentados
em português (incluindo os respectivos manuais), têm
suporte em português, até mesmo por telefone,
e não deixam nada a dever a seus congêneres estrangeiros.
Mas, como afirma Alexandre Fücher, da Regulus de São
Paulo: “Mesmo para quem vende ou produz, a divulgação
é cara, pois a venda é pequena, além
do fato que, em muitos casos, a pirataria é amplamente
utilizada entre nossos colegas, sem respeito a quem os desenvolve.”
Versões demo e especificações
técnicas do Pegasus, do Canopus e do Vega podem ser
baixada na HP da Regulus, de São Paulo, que é
revendedora de todos os três, aliás. Visite o
site http://www.regulus.com.br
ou solicite mais informações pelo e-mail alex@regulus.com.br.
Publicações
virtuais
Constelar –
Em volume e profundidade dos artigos, assim como em variedade
de autores, é hoje o site com o mais completo acervo
de pesquisas na área de Astrologia em língua
portuguesa. Sem fazer concessões à Astrologia
“fácil”, Constelar tem um público
bastante especializado, formado principalmente por astrólogos
e estudantes. Outra característica única é
a ênfase em matérias jornalísticas, comentando
astrologicamente os grandes acontecimentos do país
e do mundo.
Meio do Céu
– Criado pela astróloga carioca Cláudia
Araújo e mantido por ela em parceria com Valdenir Benedetti,
é a melhor referência em Astrologia Psicológica
e em enfoques junguianos aplicados às artes divinatórias.
Porto do Céu
– Produzida pela jornalista pernambucana Roberta Tótora,
Porto do Céu tornou-se rapidamente um fenômeno
em número de acessos: 4 mil por dia, 120 mil por mês.
É hoje um dos mais eficientes canais de difusão
de informação astrológica no país,
privilegiando o processo de formação de novos
públicos.
Urania & Vila
Bol – Barbara Abramo é a responsável
por dois sites, ambos excelentes: o Urania, hospedado no UOL,
e a seção de Astrologia do BOL. O forte deste
último são as análises de personalidades
do mundo das artes e dos esportes, enquanto o Urania tem muita
informação teórica de primeira qualidade.
São sites voltados para o grande público, mas
sem concessões popularescas.
Astro-Síntese
– Contos & Cia – Carlos Hollanda
propõe uma síntese entre o estudo das ciências
humanas, a astrologia, projetos artísticos e literários.
Além de artigos sobre astrologia que mantém
em parceria com a revista Constelar, Hollanda inclui trabalhos
acadêmicos sobre Antropologia, História e Psicologia.
É um site livre e flexível que explora as possibilidades
de mesclagem entre símbolos e percepções
de diversas linhas filosóficas. Na seção
de contos, vários autores de talento apresentam cenas,
situações e personagens passíveis de
descrição astrológica. E isto é
feito em cursos do Sistema Astroletiva de Ensino. A seção
Arte & Cia.
deste site trabalha a união entre astrologia, artes
visuais, literatura e teatro. Incentiva a pesquisa ao fornecer
dados de pessoas que se dedicam à produção
da cultura no país, sempre num tom leve e bem-humorado.
Aproveite
e dê uma olhada em nossa página
de
divulgação de livros, que logo terá
mais imagens e sinopses.